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Inovação aberta na saúde: como ajudar hospitais e empresas a inovar

Inovação aberta na saúde: como ajudar hospitais e empresas a inovar

10 de junho de 2020
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Artigo atualizado em 10 de junho de 2020

E se, além de fazer mudanças internamente para melhorar a experiência dos pacientes, você também pudesse contar com uma ajudinha de outros negócios para tornar o seu hospital ou clínica ainda mais inovador? É isso que propõe a ideia de inovação aberta, que acontece quando há colaboração entre startups, empresas, indivíduos e órgãos públicos para criar produtos e serviços inovadores.

O conceito de inovação aberta (também chamado de open innovation), foi criado em 2003 por Henry Chesbrough, professor da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, que publicou um livro de mesmo nome para explicar a ideia. 

Em um artigo para a Forbes, ele explicou que antes de ser professor, quando ainda trabalhava em uma empresa de tecnologia no Vale do Silício, percebeu que o mundo acadêmico ficava distante do mundo dos negócios. Sendo assim, procurou aproximar esses dois universos durante os estudos de seu PhD.

No livro, Chesbrough propõe uma abordagem de inovação mais descentralizada, que conta com a participação de diversos stakeholders. Nas próprias palavras do autor, “inovação aberta é o uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para o uso externo de inovação, respectivamente”.

Os principais benefícios trazidos por essas parceria são: 

  • Serve como ponto de partida para inovar internamente;
  • Reduz o tempo entre o desenvolvimento do produto ou serviço e sua comercialização;
  • Cria novos mercados;
  • Minimiza os riscos de rejeição dos produtos;
  • Gera ideias e base de conhecimento;
  • Diminui custos em diversas etapas.

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A importância da inovação aberta na saúde

Para a área da saúde, a inovação aberta representa uma grande oportunidade. Isso porque o setor é formado principalmente por empresas de mentalidade fechada, que encontram dificuldade em inovar e se destacar no mercado.

Fazendo parcerias com negócios inovadores, por outro lado, hospitais e clínicas conseguem implementar soluções que antes levariam muito mais tempo e se abrem para a inovação de modo geral.

Prova disso é que as startups de saúde — também chamadas de healthtechs — já resolvem diversos problemas dos hospitais e clínicas. O estudo Hospitais e Clínicas 4.0, feito pelo Distrito, aponta que, só no Brasil, há mais de 300 startups resolvendo diversas dificuldades do setor

Má gestão da equipe, falta de acesso a profissionais, comunicação interna ruim, processos problemáticos, gestão ineficiente da cadeia de suprimentos, falta de controle financeiro, fraudes, desperdícios e atendimento ruim são algumas dificuldades de hospitais e clínicas que podem ser resolvidos com a ajuda de parcerias com startups, feitas por meio da inovação aberta.

Além das healthtechs, existem outras iniciativas focadas em inovação no setor sanitário. Um exemplo é o Hack Med, um hackathon que aconteceu em janeiro de 2020, em São Paulo, e reuniu profissionais e estudantes de diversas áreas para discutir empreendedorismo, liderança e inovação com foco em saúde. 

Durante o evento, equipes multidisciplinares participaram de uma competição que tinha o objetivo de desenvolver startups de saúde, usando uma metodologia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). 

Foram 300 participantes, 150 mentores e 40 projetos, voltados para temas como Atenção Primária à Saúde, Telemedicina, entre outros. Os melhores projetos receberam prêmios em dinheiro e a oportunidade de fazerem parte do Distrito InovaHC, hub de inovação do Distrito focado em healthtechs.

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Healthtechs: compreenda de fato o que são

Healthtechs são startups que desenvolvem tecnologias focadas na otimização do sistema de saúde e tudo a ele relacionado. Assim, trazem melhorias para a oferta de serviços no setor e a forma como eles são valorizados e consumidos.

O termo em inglês é a junção das palavras health e tech — ou seja, saúde e tecnologia — e explica fielmente qual é o foco desses modelos de negócio: trazer soluções de inovação para os cuidados médicos e toda a rede relacionada.

Qual o panorama atual do mercado de Healthtechs?

Algumas startups demoram a conquistar aderência do mercado, seja por apresentarem uma solução que não existia antes ou pela presença de fortes concorrentes.

Essa dinâmica, porém, não acontece no mercado de Healthtechs, afinal de contas, a área da saúde demanda soluções ágeis e de custo reduzido para que consiga atender à exigente demanda.

De acordo com a pesquisa Global Health Care Outlook de 2015, publicada pela Deloitte, esse setor da indústria é avaliado em US$7.2 trilhões de dólares, e não é por acaso.

A mesma pesquisa lista quais são os desafios que as healthtechs estão ajudando a resolver:

  • Custos dos tratamentos, que, com agilidade e precisão nos diagnósticos, podem ser reduzidos consideravelmente;
  • Adaptação às forças do mercado, como preferências, características e comportamentos dos principais consumidores dos sistemas de saúde;
  • Transformação Digital, como um movimento que envolve outras áreas — relacionadas ou não à saúde, mas que também são relevantes para a sociedade;
  • Regulação e compliance, tornando a gestão dos custos e recursos mais eficiente.

Distrito HealthTech Report

O Distrito Healthtech Report 2019 corrobora essas informações e traz uma visão apurada do panorama do mercado brasileiro. O estudo aponta que houve um crescimento de 141% no país nos últimos seis anos.

Enquanto o sudeste concentra 60,6% das startups com foco no desenvolvimento de tecnologias para a área da saúde, o sul, o nordeste e o centro-oeste correspondem, respectivamente, a 28,7%; 7,8% e 2,9%.

A maioria delas, inclusive, tem o foco na gestão e processos de instituições de saúde, um total de 24,2%, para sermos exatos. Também ganham destaque no mercado brasileiro as startups focadas nas áreas farmacêuticas e de diagnóstico, contabilizando 43 empresas mapeadas pelo estudo.

O foco na gestão trabalha uma das dores mais presentes no panorama brasileiro: a redução e otimização de custos. Sem dúvidas, este é um aprendizado que grandes empresas poderiam absorver dessas startups, porém, não é o único.