O que é inovação corporativa, como funciona e como aplicar
Artigo atualizado em 12 de fevereiro de 2020
Globalmente, mais da metade dos executivos (55%) dizem que as empresas não inovam com a rapidez suficiente. A pesquisa feita pela Bain & Company e publicada pela revista Exame, consta que, na América Latina, essa crença é ainda maior: são 57%. Mas o que falta para chegar lá? Quais os obstáculos para colocar em prática a inovação corporativa?
Pense em como eram as coisas antes da chegada das startups. As empresas eram focadas em criar novos produtos e serviços e em expandir unidades de negócio. As melhorias eram feitas nas ofertas que já existiam.
As startups, no entanto, revolucionaram esse cenário. Empresas tradicionais se mostraram pouco aptas quando o assunto é identificar novas oportunidades, enquanto novos negócios trouxeram soluções para problemas antigos.
Nesse contexto, empresas tradicionais precisam reinventar seus modelos de negócio. Uma das maneiras de fazer isso é unindo o conhecimento interno com a inovação gerada externamente — a chamada inovação aberta. Mas, sobre isso, será falado mais adiante. Antes, entenda o que é inovação corporativa e como ela funciona.
O que é e como funciona a inovação corporativa
A inovação corporativa é o processo pelo qual empresas incluem inovações em modelos de negócio já existentes.
Ou seja, investir em inovação corporativa é importante para identificar novas oportunidades de expansão e crescimento, além, é claro, de não ficar parado no tempo e continuar relevante no mercado. A inovação corporativa também torna a empresa mais competitiva, permitindo que ela penetre em novos mercados mais rapidamente.
É comum que empresas mais tradicionais ou já estabelecidas que procuram inovar contratem uma pessoa ou uma equipe que fica responsável pelos esforços de inovação — é a área de inovação corporativa. Mas também é possível fazer por meio da busca e parceria com startups. Nesses casos, o time interno de inovação funciona mais como um validador dessas startups, garantindo que elas façam sentido para a empresa.
Como praticar a inovação corporativa
Sabendo da importância da inovação corporativa, talvez também esteja curioso para saber como colocá-la em prática na sua empresa. Infelizmente, só a boa vontade da diretoria não é suficiente para tornar uma empresa inovadora. Assim, é preciso que a inovação corporativa seja criada de maneira embasada, em uma verdadeira cultura da inovação. É sobre isso que vamos falar nos próximos tópicos.
Confira algumas dicas para a sua empresa ser bem-sucedida com a inovação corporativa.
Estabeleça um funil de inovação
O funil de inovação é uma metodologia que organiza e gerencia ideias inovadoras em uma empresa, inspirado no funil de vendas. Criado pelo professor da Universidade de Berkeley, Henry Chesbrough, o conceito surgiu como uma forma estruturada de captar, avaliar e implementar novas ideias, garantindo que as melhores sejam priorizadas e desenvolvidas.
Composto por três etapas – topo, meio e fundo – o funil de inovação inicia com a geração de ideias, passa pela triagem e avaliação de viabilidade, e termina com a execução dos projetos selecionados.
Implementar um funil de inovação envolve definir critérios de avaliação, promover a colaboração entre equipes e usar métricas para acompanhar o progresso dos projetos. Incentivar uma cultura de inovação dentro da empresa é crucial, oferecendo treinamento e recursos para motivar os colaboradores a contribuir com suas ideias.
Dessa forma, o funil de inovação não só facilita a gestão de ideias, mas também impulsiona o crescimento sustentável e a competitividade no mercado. Para mais detalhes sobre o funil de inovação, confira o artigo completo aqui.
Aprenda a tolerar erros
Poucas coisas prejudicam tanto a inovação quanto o medo de errar. Por isso que empresas que praticam a inovação corporativa têm tolerância com erros. Dessa forma, o time perde o receio de trazer ideias para a mesa por medo de errar ou de ser reprimido. Erros fazem parte do aprendizado!
Colaboradores que se sentem acolhidos e à vontade na empresa também falam mais abertamente sobre os problemas que enfrentam e dão sugestões de melhoria.
Mas, lembre-se: é importante distinguir erros de incompetência dos colaboradores.
Faça experimentos
Experimentar é outro ponto essencial da inovação corporativa. Dessa forma, é possível melhorar processos, produtos e serviços que já não estão de acordo com o que os consumidores esperam.
Mas não se trata de qualquer tipo de experimentação. Ela deve ser feita com base em dados e sem pular etapas, começando pela formulação e teste de hipóteses e indo até o aprendizado final gerado pelo experimento.
Invista em capacitação
Para que a inovação corporativa dê certo, será preciso investir em capacitação. A inovação não deve ser imposta, mas sim reconhecida pela equipe como algo necessário. Para isso, é preciso que as pessoas entendam a importância de inovar.
Isso pode ser feito por meio da criação de um comitê de inovação, reunindo colaboradores de diversas áreas. Eles vão ajudar a disseminar essas ideias para o restante da empresa.
Além disso, eventos, palestras e workshops também são interessantes, assim como uma comunicação interna eficiente, que mostre de forma transparente ao time o que está sendo feito e onde se quer chegar.
Enfatize a colaboração e a horizontalidade
Nas empresas inovadoras, os colaboradores não competem entre si, mas, sim, colaboram uns com os outros. Esse ambiente de colaboração torna mais fácil inovar, pois reúne diversas habilidades e perfis em prol de um objetivo comum. No entanto, isso não significa que os colaboradores não possuam entregas individuais.
Nesse ambiente, o chefe deve ser também um parceiro no objetivo de inovar. Com a horizontalidade, os colaboradores ficam mais à vontade para colocar novas ideias ou práticas, sem tanta preocupação com hierarquia. O papel do líder é, sim, engajar os colaboradores nesse objetivo de inovar e fazer com que cada um conheça o seu papel.
Use o design thinking
De maneira resumida, design thinking consiste em pensar como um designer. A ideia é usar um raciocínio pouco convencional no mundo corporativo, o pensamento abdutivo, abordando problemas de maneira profunda.
Com o design thinking, o profissional tem a sua disposição um conjunto de ferramentas que estimulam a inovação eficiente. É possível encontrar novas respostas para problemas antigos, fazendo com que a solução criada seja uma resposta para um problema.
É uma inovação feita em etapas, que evita que a empresa precise corrigir erros dos produtos e serviços depois de lançá-los.
Pratique a inovação aberta
Por fim, uma das maneiras mais efetivas é praticar a inovação aberta. O conceito, também criado por Henry Chesbrough, consiste em fazer inovação de uma maneira mais participativa e descentralizada.
Nesse tipo de inovação, a empresa busca fazer parcerias com agentes externos em determinados projetos, no geral contando com a ajuda de startups.
Veja o caso do Distrito Community: nossos hubs de inovação são separados em diferentes verticais. Há um espaço dedicado a fintechs, outro a healthtechs, outro a adtechs e assim por diante. Uma clínica tradicional que quer investir em inovação corporativa, por exemplo, pode procurar o espaço dedicado às startups de saúde para encontrar as ideias mais inovadoras da área.
Que tal começar a investir em inovação corporativa agora?
Muitas empresas que querem investir em inovação corporativa não sabem por onde começar. Um primeiro passo pode ser colocar o seu negócio dentro de um hub de inovação. Dessa maneira, você vincula a sua marca às iniciativas inovadoras que acontecem nesse espaço.
É isso que fazem empresas como Johnson&Johnson, Unimed, Bosch, HDI Seguros e KPMG, que são mantenedores dos centros de inovação do Distrito. No Brasil, existem muitos espaços assim, atualmente totalizando 5 mil metros quadrados em diversas cidades. O objetivo? Conectar o ecossistema para gerar impacto e construir um futuro mais inteligente.
Se você tem uma empresa e quer se aproximar das startups, entre em contato com a gente e saiba como podemos ajudar!