Corporate Venture Capital Summit 2021: Destaques do que rolou no evento
Artigo atualizado em 1 de dezembro de 2021
Hoje, o grande foco das corporações, sem dúvidas, é a inovação e a transformação, e uma ferramenta que fomenta a inovação aberta e que tem ganhado destaque no país, por mais que não seja uma tática tão recente, é o Corporate Venture Capital (CVC). Essa prática acontece quando uma corporação cria um fundo de investimento para fazer aportes em startups, visando um retorno estratégico e/ou financeiro.
Para guiar aqueles que querem começar a entender mais sobre o assunto ou se aprofundar mais nesse universo que é o CVC, nós do Distrito realizamos o CVC Summit 2021, evento que aconteceu no dia 24 de novembro, e trouxemos vários profissionais da área para debaterem questões importantes sobre o assunto.
Quer saber o que rolou no evento? Veja abaixo os principais highlights de cada painel ou assista ao vídeo na íntegra.
10 anos de CVC – Histórias de Aprendizados
O evento foi apresentado pelo CIO do Distrito, Bruno Pina. Os convidados do primeiro painel foram Gustavo Araujo, CEO e cofundador do Distrito, e Alexandre Vilela, da empresa DigitalBridge.
Nessa conversa foram levantados os motivos para uma corporação fazer um CVC e se esse tipo de investimento contempla todas as empresas. Alexandre enfatiza que ele é uma ferramenta poderosa de Transformação Digital e que, muito além dos retornos financeiros, os retornos estratégicos também são uma grande vantagem.
Alexandre compartilhou também importantes pontos para levar em consideração antes de efetivar um CVC. Questões como ter olhos e ouvidos no mercado para identificar as tendências disruptivas existentes e testar o fit cultural são pontos de partida para esse processo.
A importância do CVC na estratégia de Transformação Digital
Para discutir a conexão entre CVC e inovação, Bruno Pina conversou com Helisson Lemos, da Via, Rodrigo Poço, da Marisa, e Gustavo Cavenaghi, da Kortex Ventures. Para iniciar a conversa, cada um dos convidados compartilhou como o CVC surgiu na vida profissional deles. Gustavo acredita que o CVC vem da intenção de elevar as estratégias de inovação.
Quando questionados sobre a ligação que essa prática de investimento tem com a inovação aberta, todos os convidados concordam que não tem como existir CVC sem que ele esteja diretamente ligado com a inovação da empresa. Segundo Rodrigo, a prática é uma consequência da inovação.
E para fechar essa roda de conversas, Bruno Pina pediu para que cada um dos participantes compartilhasse uma dica para aqueles que estão no caminho dessa estratégia. A ideia geral levantada é: não perder tempo. Para isso, Rodrigo enfatizou que é de extrema importância que o principal incentivador do CVC seja o CEO da empresa.
Acelerar, investir ou comprar startups? O dilema das corporações
Conduzido por Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, este painel contou com a presença de Marcus Mueller, da Darwin, Daniel Chalfon, da Astella Investimentos, e Marcio Vieira Rolim, da Z-Tech e Ambev.
empresas buscarem o processo de aceleração ou o de CVC. Marcus Mueller comenta que não existe um padrão, mas depende do DNA de cada uma das organizações. Marcio também levanta o ponto de que um dos motivos principais que leva uma corporação a investir ou adquirir uma determinada empresa é trazer pessoas que possam agregar conhecimento à companhia.
Quero criar um CVC, como faço?
O quarto painel foi liderado e apresentado unicamente por Diego Ranciaro, Head de Equity (aceleração, CVC e M&A) do Distrito. Em sua apresentação, ele trouxe um passo a passo completo de como funciona o processo de CVC.
Diego nos conta o que é CVC, comparando com outros processos de inovação e a diferença entre cada um deles. Trouxe também os principais motivos para que uma empresa inicie essa jornada, como por exemplo, retornos estratégicos e financeiros, ter acesso a diferentes tecnologias do mercado e ganhar reconhecimento. Ele também falou sobre os motivos desse ser o melhor momento no país para esse tipo de investimento, e também pontos chaves para garantir o sucesso do CVC, incluindo ter clareza na tese, ter o CEO da empresa como o principal incentivador e entender que esse tipo de estratégia terá retornos ao longo-prazo, algo entre 6 e 8 anos.
Como estruturar o CVC – Formatos e aspectos jurídicos
O próximo painel, liderado mais uma vez pelo nosso cofundador Gustavo Gierun, contou com a presença de Peter Seifert, da VALETEC, e Rodrigo Menezes, da FM e Derraik. Durante essa conversa foi discutido sobre os formatos que existem dentro do CVC, os diferentes estágios das corporações para iniciar o processo e quais estruturas ou veículos elas podem usar.
Um erro, já comentado anteriormente em outros painéis, é fazer esse processo sem o apoio do CEO, ou de toda corporação. Rodrigo trouxe um ponto de que para ser reconhecido e ter relevância, não é interessante começar timidamente, é necessário levantar mais recursos. Outro foco de atenção é ter múltiplas iniciativas de CVC, se elas tiverem alguma ligação lógica entre si não é um problema, mas é importante tomar muito cuidado pois as empresas tendem a perder o foco principal.
O que não fazer no CVC – Os maiores erros das corporações
Felipe Takara, Head de Inovação e Ecossistemas do Distrito, conversou com Franklin Luzes, da Microsoft, e Carolina Strobel, da Redpoints eventures. Esse bate-papo rendeu muitos pontos importantes sobre erros cometidos pelas corporações na hora de realizar o processo de CVC e muito mais.
Um ponto para levar em conta, levantado pelo Franklin, quando falamos de CVC é entender que as startups precisam crescer e escalar muito rápido, então não é aconselhável que as empresas coloquem cláusulas que limitem o progresso natural desses empreendimentos. Muito importante também, é lembrar que a cultura das empresas não são iguais e quando há uma imposição de comportamentosa e regras diferentes, todos os benefícios da integração trazidos pelo CVC acabam não acontecendo.
CEOs que lideram CVCs no Brasil
Nosso último painel foi conduzido mais uma vez por Bruno Pina e contou com a presença de Bernardo Gomes, da Sinqia, e Roberto Fulcherberguer, da Via. Os participantes compartilham um pouco sobre a estratégia de cada empresa e como perceberam a necessidade do CVC.
Um destaque dessa conversa vai para a última pergunta feita por Bruno, sobre o que é levado em consideração quando Bernardo e Roberto procuram empresas para comprar ou investir. Ambos concordam que a capacidade de execução e a equipe são de extrema relevância. E Roberto ainda completa: “A paixão que vem dos fundadores e o comprometimento são muito importantes”.