Investimento em retailtechs triplica nos dois primeiros meses do ano
Artigo atualizado em 25 de fevereiro de 2021
Com apenas três investimentos feitos em 2021, o valor aportado em retailtechs no Brasil, como são chamadas as startups que oferecem serviços para o varejo, já é mais que o triplo do total investido no mesmo período no ano passado. Os números fazem parte do Inside Retailtech, produzido pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da empresa de inovação aberta Distrito
Ao todo, foram US$ 194,3 milhões movimentados até 19 de fevereiro, ante US$ 56,9 milhões aportados nos primeiros dois meses de 2020. O bom desempenho se deve, essencialmente, à mega rodada de investimento recebida pela MadeiraMadeira no valor de US$ 190 milhões no começo de janeiro. Ainda assim, a expectativa é que este ano supere o recorde de investimentos feitos ao longo do ano passado, em um total de US$ 711,1 milhões. Os outros dois aportes do ano foram para a Omni.Chat, feito pela Canary e pela Aimorés Investimentos, e para a Unbox, pela gestora Maya Capital.
“Somente nestes dois primeiros meses do ano, o volume de investimento já representa 26% do total investido no ano passado”, pontua Tiago Ávila, Head do Distrito Dataminer. “Se continuarmos neste ritmo, esperamos que o ano de 2021 supere 2020, tanto em volume de investimento como em número de aportes”, completa.
Atualmente, o país possui 748 retailtechs de acordo com o mapeamento realizado pelo Distrito. Mais de 70% delas estão por trás dos serviços oferecidos por outras empresas. São startups que desenvolvem softwares de logísticas, operações, plataformas de ecommerce e inteligências artificiais para o comércio, entre outras coisas.
Além disso, a maior parte é voltada para operações, como desenvolvimento de softwares para o gerenciamento de lojas, pontos de venda inteligente e gestão de inventário e estoque, seguida pelas startups de ecommerce.
Tendências das retailtechs: social e live commerce
O estudo traz ainda dados internacionais sobre uma prática que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil: social e live commerce. O primeiro diz respeito ao uso das redes sociais para a venda de produtos e serviços, sendo o maior exemplo hoje o aplicativo chinês de mensagens instantâneas WeChat, que permite transações sem sair da plataforma. Desde 2009, já foram investidos no mundo US$ 6,7 bilhões em startups que atuam no setor.
Já o live commerce é uma forma específica de social commerce, que mistura a tecnologia, o entretenimento e as redes sociais. É o caso de vendas feitas por influenciadores digitais, por exemplo, que interagem com consumidores, tirando dúvidas. Mais uma vez o maior case é da China, com o Taobao livestream. Só no ano passado, esse mercado movimentou mais de mil bilhões de yuan no país.