Grandes empresas comprando startups também é exemplo de Inovação Aberta
Artigo atualizado em 17 de dezembro de 2019
Um comportamento constante que se popularizou na segunda metade de 2019 é o de grandes empresas comprando startups, não como uma estratégia de monopolizar mercados, mas sim como um movimento em busca de inovação que comprova a sentença:
Sempre temos o que ensinar, mas muito mais importante, sempre temos o que aprender.
Em um conteúdo feito em parceria do AAA Inovação com o Distrito, iremos falar um pouco mais sobre essa tendência e trazer alguns casos nacionais e internacionais que mostram os benefícios de empresas antigas se conectando com o mundo das startups.
Uma relação de amor e ódio: Grandes Empresas e Startups
Não muito tempo atrás, o crescimento de empresas jovens com a capacidade de crescer exponencialmente assustava grandes empresários.
Depois de décadas seguindo modelos e processos tradicionais, metas anuais e hierarquia vertical, muitos setores se viram em frente a uma revolução convertida em uma só palavra: Inovação. A crença de que fazer algo de um jeito mais prático e mais rápido, aumentando qualidade de resultado e diminuindo tempo de execução, inicialmente perturbou grandes empreendimentos, acostumados com seu formato que sofreu poucas alterações ao longo dos anos, por serem efetivos dentro de suas padronizações.
Com a chegada das startups, oferecendo um modelo de negócios que apesar de arriscado, com sua constante experimentação, métricas ousadas e culturas que defendem a “sensação de dono” para todos os colaboradores, apresenta grandes resultados em pouquíssimo tempo, o mundo dos negócios foi completamente reescrito.
Nesse momento, percebemos que grandes empresas e startups tem seu próprio estilo e, obviamente, ambos tem seus próprios benefícios e lucros. Contudo, enquanto uma parece se contentar com seus anos de experiência, a outra se alimenta de novidades e não parece entender qual o momento certo de criar, executar ou aprimorar projetos.
Mas então, o que faria dois modelos de negócios completamente diferentes se conectarem de uma forma tão repentina, como tem acontecido com veteranos de cenas e novos protagonistas?
Grandes empresas comprando startups é uma nova tendência
Podemos chamar esse processo de Inovação Aberta, onde empresas buscam novas fontes internas e externas para aprimorar processos, lançar novos produtos ou impulsionar projetos, ou podemos simplesmente chamar de parcerias inteligentes, que unem os principais fatores necessários para fazer a inovação acontecer, de acordo com Ricardo Amorim:
- Geração de Idéias
- Dinheiro
- Tecnologias de Base
- Conexão (Adicionado recentemente, se tornando um dos mais importantes)
Grandes Empresas têm inteligência de mercado, dados coletados ao longo de décadas contendo várias informações sobre o comportamento de consumidores, caixa suficiente para financiar novos projetos e os profissionais mais experientes do ramo.
Startups possuem a expertise em novas tecnologias, acúmulo de grandes idéias, contato com vários facilitadores do mercado, conhecimento do modelo de negócios mais produtivo do século, experiência com a agilidade de novos processos e desenvolvimento de projetos.
Não só sendo uma jogada inteligente que une forças, o comportamento de grandes empresas comprando startups é uma das formas mais rápidas de tirar projetos do papel e aprimorar processos que fazem a empresa funcionar muito mais rápido, de uma forma menos burocrática.
E como isso funciona na prática? Existem exemplos de sucesso?
Quais grandes empresas compraram startups em 2019?
Apesar dessa tendência de grandes empresas comprando startups trazer notícias que mencionam transações milionárias, logo iremos mostrar qual o fator mais importante entre essas movimentações.
Veja agora exemplos reais de aquisições recentes feitas por empresas nacionais e internacionais, resultando em grandes parcerias que trouxeram resultado rapidamente.
Itaú fez aquisição milionário de startup mineira
Banco Itaú adquiriu Zup, startup mineira de iniciativas digitais, para aprimorar tecnologias durante 4 anos.
Um dos principais exemplos no Brasil foi a transação de mais de meio bilhão que envolveu a startup de serviços de tecnologia Zup com o Banco Itaú, resultando em uma aquisição focada na aceleração de projetos de transformação digital e desenvolvimento de novas funcionalidades focadas na experiência dos usuários de aplicativos do Itaú.
Ao invés do banco brasileiro começar projetos do zero, esgotando verbas com pesquisas e contratações que poderiam não resultar no melhor cenário esperado, a empresa optou por impulsionar uma startup especializada em oferecer ferramentas que facilitam a integração de novos projetos digitais com os sistemas do mundo corporativo.
Dessa forma, o banco garantiu que seu investimento fosse direcionado para uma empresa de 900 colaboradores que já possuía um portfólio de clientes e cases de sucesso suficientes, para aprimorarem vários processos do banco. Um dos serviços do banco que poderá ser melhorado é o Iti Itaú, aplicativo de pagamentos anunciado pelo banco, para transações através de QR Code e com isenção de taxas.
Tesla comprou DeepScale, startup de sistemas de visão computacional
Outro exemplo prático de grandes empresas comprando startups foi o da gigante de carros autônomos fundada pelo excêntrico bilionário Elon Musk. Resultando em uma aceleração importantíssima para o sucesso da Tesla, a aquisição da DeepScale fez com que a empresa se tornasse capaz de desenvolver um carro 100% autônomo, tornando possível o plano ambicioso de lançar uma frota de táxis automáticos em 2020.
Responsável por ter desenvolvido um sistema de controle avançado capaz de conectar sensores internos e externos do veículo com mapas e cálculo de rotas, a startup norte-americana apresentava uma solução que levaria meses para se desenvolvida pelo time de Musk. Dessa forma, uma empresa fundada em 2015 foi capaz de mostrar seu potencial, junto de uma das maiores marcas de tecnologia autônoma do mundo.
Muitos outros exemplos podem ser citados, alguns com propostas diferentes da aceleração de projetos, como foi o caso da compra da Health Navigator que foi feita pela Amazon, com o intuito de oferecer um serviço de atendimento médico para os colaboradores de uma das maiores empresas do mundo.
Como aplicar a tendência de grandes empresas e startups?
Caso esteja se perguntando como sua empresa pode se beneficiar dessa tendência, sem precisar fazer transações milionárias, precisa entender que o verdadeiro fator importante nessa história é o compartilhamento de conhecimento.
Grandes empresas uniram sua experiência do setor onde operam com a tecnologia e cultura de inovação de startups, que só precisavam de uma oportunidade para ter maior impacto, aplicando suas criações exatamente onde identificaram processos que poderiam ser melhorados, resolvendo as dores de consumidores finais.