Na contramão da crise, startup contrata 800 pessoas e gerencia todos 100% em home office
Artigo atualizado em 6 de maio de 2020
Diante de um cenário de pandemia em que sair de casa é um risco para a saúde coletiva, o home office se tornou a melhor alternativa para proteger pessoas do covid-19 e da demissão em massa. Nesse sentido, a startup residente do Distrito, JobHome, primeira empresa brasileira especializada em call center 100% home office, contratou, recentemente, 800 profissionais entre operadores, supervisores e coordenadores que deixaram de perder seus empregos e, atualmente, já trabalham de casa.
A maior parte dos call centers ainda não têm sistemas home office. As justificativas mais comuns para que esse trabalho continue sendo presencial são os protocolos que, por segurança, só podem ser acessados de um local físico. Mas bastou um momento de necessidade para que as empresas percebessem que há soluções para isso. É o caso do serviço oferecido pela JobHome.
Ricardo Galdino e Geraldo Brasil criaram um software que permite a gestão tanto de projetos, quanto de operadores remotamente, respeitando às Leis Gerais de Proteção de Dados. “É preciso ter muito cuidado e entender que home office não é só mandar o funcionário para casa, com computador e telefone. A parte de gestão precisa estar muito bem preparada para monitorar tudo isso com garantia de segurança”, explica Ricardo, CMO e fundador da JobHome.
“Temos uma equipe capacitada para recrutar e selecionar atendentes com perfil adequado ao projeto do cliente. Após selecionados, eles passam por um treinamento operacional para aprender a lidar com o software e com a didática a fim de imputar uma linguagem adequada durante os atendimentos”, diz Geraldo Brasil, COO e co-founder.
Imagine que com essa operação da JobHome, mais de 800 pessoas deixaram de ter que se locomover diariamente em transportes públicos para chegar em seus trabalhos. Em média, esses trabalhadores levam de uma hora e meia a duas horas de deslocamento, transtorno que foi evitado com esse novo modelo de trabalho.
Drace Moraes, 32, está na JobHome mas já atua em call center há 10 anos e relata como esse modelo home office mudou a maneira de lidar com o trabalho. “Eu consigo ter mais foco e ser mais produtiva, isso porque não preciso me deslocar todos os dias para o trabalho, o que me estressava bastante. Lidar com clientes via telefone, chat ou redes sociais requer cuidados na hora de se comunicar e para fazer bem, temos que estar tranquilos e focados, ouvindo e estando atenta ao que o cliente precisa. Quando comecei a atuar de casa, notei como a minha responsabilidade é mais clara em relação à importância do que eu faço para a empresa e os clientes dela. Todos querem e merecem ser bem atendidos”, explica.
De acordo com dados da JobHome, só em 2019, foram 57.856 horas a menos no trânsito, o que significa 53.9796 quilos em redução de emissões de gás carbônico. Além de ser uma solução excelente à produtividade e qualidade de vida dos funcionários, é uma alternativa interessante também no que diz respeito aos cuidados com o clima porque há menos emissão de gases na atmosfera.
Pós crise, esse modelo de negócios deve ajudar a descentralizar a renda no país, que hoje ainda se concentra nas capitais. Considerando a possibilidade de trabalho remoto, será possível ter equipes de qualquer parte do Brasil sendo gerenciadas pela JobHome.
O teste forçado do home office trouxe provocações a muitas empresas que estão percebendo que é um caminho a ser incluído como parte da operação e do negócio. “São empresas que estavam postergando o home office, o que acabou sendo inevitável nesse momento”, detalha Ricardo.
Atualmente, a JobHome atende empresas de diferentes segmentos, como educação, bens de consumo, software e cloud que demandam diferentes operações, como ativo/receptivo, conversão de leads, vendas, chat, voz, e-mail, redes sociais, SAC e E-commerce.