MAYA Capital apoia startups em estágio inicial e foca na transformação da América Latina
Artigo atualizado em 4 de novembro de 2020
Fundo de venture capital focado na América Latina, a MAYA Capital nasceu em 2018 com o propósito de liderar o movimento transformacional na região impulsionado pelo empreendedorismo. Com 25 startups em seu portfólio, a MAYA preenche o enorme gap de investimentos para negócios em busca do primeiro cheque de venture capital. Para isso, apoia startups dos mais variados setores, a fim de identificar as melhores soluções, com potencial de afetar positivamente a economia, o desenvolvimento e a vida de quem trabalha e vive na América Latina.
A história do fundo começou em 2016, quando as sócias Mônica Saggioro e Lara Lemann se conheceram. Em momentos de vida muito parecidos, buscavam formas de aplicar conhecimentos e experiências para realizar mudanças reais e positivas em países latinos.
Foi em uma troca de ideias, durante uma análise de oportunidades, que ambas notaram que, enquanto havia 12 startups para cada fundo nos Estados Unidos, esse número chegava a surpreendentes 80 startups para cada venture capital na América Latina.
Determinadas em preencher esse gap de investimento, criaram a MAYA Capital. O primeiro aporte ocorreu ainda em 2018, na HRTech Gupy. De lá para cá, realizaram mais de 30 rodadas em 25 startups de setores variados, como logística, saúde, finanças, mobilidade, educação e setor imobiliário. Dentre as startups de seu portfólio estão a Nilo, EmCasa, Belvo, NotCo, Oico e Trybe.
A primeira rodada de investimentos é o grande passo para o crescimento de uma startup. Porém, os passos seguintes são os que ditarão, de fato, a escala e o quão saudável ela será. Por isso, um dos maiores diferenciais da MAYA Capital é seu apoio estratégico às startups.
“Nosso suporte vai desde pequenas decisões do dia-a-dia, como que serviço adotar para aumentar a produtividade da equipe, até grandes decisões que impactam diretamente o crescimento da empresa, como expandir para novos territórios”, conta Lara Lemann. Nesse processo, buscam realizar, no mínimo, um ‘Billion Dollar Intro’, uma conexão feita pelo time MAYA à potenciais parceiros e clientes, que muda drasticamente a trajetória do negócio.
Exemplo disso é a conexão entre o Burger King e a NotCo, empresa do portfólio MAYA que recria produtos de proteína animal utilizando plantas. O resultado da união foi o Rebel Whopper, lançamento da versão do mais famoso sanduíche da rede de fast-food com a substituição do hambúrguer por carne 100% vegetal, sem abrir mãos das texturas e sabores da receita original. O lançamento foi realizado no início de 2020 no Chile, mas já há planos de expansão do produto para outros territórios da América Latina, incluindo Argentina, Peru e, quem sabe, o próprio Brasil.
Outro exemplo foi a conexão realizada entre a montadora Fiat e a Kovi, que aluga carros para motoristas de aplicativos. Com o sucesso da plataforma, as demandas aumentaram exponencialmente. Diante desse cenário, verificaram a necessidade de aumentar de forma expressiva o acesso a grandes volumes de frotas. A conexão com a Fiat foi indubitavelmente a decisão mais assertiva para o momento da Kovi, visto que hoje estão entre seus maiores parceiros.
Time de Advisors
Para garantir que empresas do portfólio possam contar com todo o apoio que precisam em diferentes momentos de crescimento, a MAYA Capital também possui um forte time de advisors. São profissionais estrategicamente escolhidos, com ampla experiência e conhecimento sobre diferentes áreas de atuação, tais como tecnologia, educação, serviços financeiros e saúde. Estão entre esses profissionais André Street, da Stone, Victor Lazarte, da Wildlife Games, Rafaela Villela, da Gera Ventures, e Marcos Leta, da Fazenda do Futuro.
Foco na América Latina
Parte essencial da tese de investimentos da MAYA é o foco em América Latina, presente desde a criação do fundo. “Enxergamos o foco Latam desde o 1º dia como um grande diferencial, pois significa que levamos em consideração todos os desafios e particularidades da região em nossas decisões”, conta Mônica Saggioro.
A principal razão para esta escolha e a análise de que, para que uma empresa tenha espaço para continuar crescendo de forma escalável, é necessário avaliarem, em determinado momento, a internacionalização da solução. “Para que isso ocorra, precisamos conhecer profundamente os diferentes mercados da região para ajudá-los quando esse momento chegar”, complementa.
Ecossistema de Empreendedorismo
O apoio da MAYA Capital ao empreendedorismo vai muito além de seu portfólio. Exemplo disso é a produção de conteúdo. Em conversa com centenas de empreendedoras e empreendedores, a Maya Capital conseguiu identificar as principais dúvidas e desafios vividos por eles e buscar resolvê-los por meio de artigos publicados no blog. O feedback é muito positivo e é uma forma rápida e eficiente de apoiar o ecossistema.
Outro foco é o Female Force Latam, iniciativa criada para eliminar travas no empreendedorismo liderado por mulheres e reduzir a discrepância entre o número de founders mulheres e homens na América Latina. A plataforma conecta empreendedoras no início de sua jornada a empreendedoras experientes e inspiradoras para a realização de mentorias pontuais.
“O objetivo é incentivá-las por meio de orientações de alto nível, dadas por mulheres que já passaram pelos mesmos desafios de empreender e podem guia-las por um caminho mais assertivo”, conta Lara. O processo também ajuda na construção de networking, promovendo conexões que podem gerar novas trocas, apoios e até oportunidades de negócio.
Também criaram o Pitch Competition, iniciativa que convida jovens estudantes de graduação e pós-graduação a apresentarem suas ideias à um grupo seleto de jurados, que se tornam mentores das startups ganhadoras.
Quem são os MAYANS?
As startups que fazem parte do portfólio MAYA são: Alice, Alive, Alude, Belvo, Divibank, EmCasa, Gupy, Kovi, Livehere, Mercê do Bairro, Nilo Saúde, NotCo, Nuvocargo, Oico, Pipa, SafeSpace, TerraMagna, Theia, Treble.ai, Truora, Trybe, Unbox, Zubale e Z1
“Construímos essa rede de startups de forma muito seletiva e estratégica. Desde o início sabíamos que manter uma rede de investidas enxuta era o caminho para poder dar a elas o apoio que necessitam. Os relacionamentos que iniciamos são de muito longo prazo e queremos estar presentes nos diferentes momentos de crescimento dessas empresas. É por esse motivo, inclusive, que deixamos cerca de 50% do fundo destinado a follow-ons”, afirma Mônica.
Expansão do Fundo
A fim de apoiar soluções e oportunidades que surgiram como consequência da pandemia, a MAYA Capital acaba de realizar nova captação para complementar seu primeiro fundo, totalizando US$41 milhões, com recursos provenientes de family offices dos Estados Unidos, Europa e América Latina, sobretudo Brasil e México
“A crise mudou drasticamente o nosso dia-a-dia. A forma de nos locomover, trabalhar, alimentar e até interagir com outras pessoas já não é a mesma há meses. Como consequência, novos problemas e necessidades surgiram neste período. Enxergamos um enorme potencial nas soluções capazes de resolvê-los” conta Lara.
Sobre as Founders
Co-fundadora da MAYA Capital, Mônica Saggioro tem mais de 10 anos de experiência com inovação, dentro e fora do Brasil. Realizou o planejamento, lançamento e crescimento de produtos e novas unidades de negócio em variados setores e regiões da América Latina em empresas como a Whirlpool, Burger King e Goldman Sachs. Na época em que realizou MBA em Harvard, testou diversas teses de negócios, crescendo o interesse por empreendedorismo.
Suíça e brasileira, Lara Lemann concluiu a graduação na Columbia University, nos Estados Unidos. O contato com diferentes culturas e realidades fez nascer a vontade enorme de apoiar o desenvolvimento brasileiro. Com experiência no setor público e privado, se aproximou do ecossistema de empreendedorismo atuando como investidora anjo.