Aquisição de startups: mercado de Venture Capital no Brasil fecha 2020 com 174 M&As
Artigo atualizado em 14 de janeiro de 2021
O ano de 2020 terminou como o mais movimentado em termos de M&As – Aquisição de startups – no ecossistema de Venture Capital no Brasil. Ao todo, ocorreram 174 dessas transações no período, um crescimento de 410% nos últimos cinco anos e de 160% superior a todo o ano de 2019.
Os dados são referentes ao levantamento Inside Venture Capital Brasil, realizado pelo Distrito Dataminer, que ainda apurou que os setores de FinTech e T.I. foram os mais visados em 2020, ambos com 22 fusões e aquisições.
Diversos fatores influenciaram esse aumento. Um deles é a maturidade do ecossistema brasileiro de startups, que tem desenvolvido produtos e serviços que passaram a atrair cada vez mais o olhar das grandes corporações.
Atualmente, essas companhias mais tradicionais estão atentas ao potencial de inovação e diversificação que esses negócios podem trazer com relação aos seus processos internos, e por isso estão estreitando sua conexão com eles. Muitas vezes desenvolver ou buscar esse tipo de solução internamente pode ser um caminho longo que pode levar anos. Dessa forma, as startups que já estão em nível avançado seguiram pelo mesmo caminho e também estão adquirindo novas startups.
Por fim, durante a a pandemia, as corporações sentiram ainda mais a necessidade de ter todos processos e jornadas digitalizadas para não perder competitividade, a conexão e aquisição de startups é um caminho para acelerar essa jornada.
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Por que startups maduras adquirem negócios menores
Uma das tendências que o Distrito Dataminer vem percebendo é também um movimento realizado por startups maiores e Unicórnios em adquirir negócios menores. Uma das razões para movimentações desse tipo é o ganho de eficiência operacional. Abaixo, confira a atual proporção de fusões e aquisições por parte de corporações e startups.
Quando se fala de expansão da atuação de uma startup para outras regiões ou mesmo outros países, a aquisição também pode ser bem vantajosa. A propósito, foi essa a estratégia de gigantes como o iFood para consolidar presença em vários locais do Brasil nos últimos cinco anos.
Outro caso é o da Hotmart, que no ano passado adquiriu uma plataforma de ensino online americana para levar seus negócios de educação até os EUA. Além da expansão nacional e internacional, existe o fator ganho de mercado. Com a tendência do omnichannel, é cada vez mais comum uma startup comprar outra para oferecer serviços e produtos diferentes daqueles considerados típicos de sua categoria. Essa era a intenção da Olist, marketplace dos marketplaces varejistas, ao incorporar a startup de logística PAX.
Além disso, mais recentemente, a Locaweb finalizou a aquisição de 100% da Vindi por R$ 180 mi em um processo que teve início no fim de outubro. O plano é integrar as APIs de pagamentos recorrentes da Vindi na plataforma de e-commerce Tray e explorar o potencial de cross sell com os segmentos de BeOnline, SaaS e Commerce da Locaweb. Apesar da transação, Reginaldo Dutra, Wagner Narde e Rodrigo Dantas Santos continuam na operação da Vindi.
Por fim, em janeiro de 2021, a Easynvest anunciou a compra da Vérios com a meta de dobrar seu número de clientes ainda neste ano (hoje, 1,6 milhão de pessoas investem com a Easynvest). Esse caso se mostra interessante porque a Easynvest já havia sido adquirida pelo Nubank em setembro do ano passado (a transação ainda aguarda a aprovação do Banco Central). Com a aquisição, os clientes da Vérios agora terão acesso a mais de 400 produtos financeiros, entre os quais 140 fundos de investimento.