Como as startups de saúde se posicionam na pandemia e como vêem o futuro
Artigo atualizado em 4 de junho de 2020
Em meio à pandemia, muitas startups enxergam oportunidades e adequam o seu modelo de negócio e seus produtos/serviços para o que muitos chamam de “o novo normal”. É preciso uma resposta ágil para as mudanças do mercado. Inovar muitas vezes é se adaptar, se adequar e promover ajustes em prol do sucesso do seu negócio.
No nosso hub de heatlhtech, o Distrito InovaHC, temos mais de 25 startups voltadas para soluções tecnológicas e inovadoras na área de saúde. Conversamos com algumas delas para entender como estão enfrentando os desafios atuais, qual a importância de estar inserido em um ambiente que conecta todos os players do ecossistema de inovação e como enxergam o futuro.
Para contextualizar, precisamos entender qual foi o impacto da pandemia nas startups de saúde. Oportunidades? Dificuldades? Vamos conhecer a realidade de algumas?
“ O Covid-19 trouxe para a Suprevida aumento de demanda e validação de nossa oferta ao mercado, por outro lado, trouxe desafios operacionais internos de readequação de rotinas de trabalho combinados com os desafios externos relativos a logística, tecnologia e internet que ficaram bastante estressados pelo aumento de demanda generalizado e específico da Suprevida. Ao final, nosso time se desdobrou e conseguimos atender aos desafios de uma maneira que acelerou várias etapas de nosso plano de negócios”, afirma Rodrigo Correia, fundador da Suprevida (startup integradora de soluções. Através de toda uma estrutura tecnológica, logística e financeira, oferecem máxima comodidade, rapidez e segurança.)
Para Luís Teixeira, fundador da Idflow (startup de monitoramento inteligente de pacientes para controle de processos em unidades de saúde), o impacto do COVID-19 foi grande, e tiveram contratos congelados e oportunidades canceladas.
“Houve uma flexibilização na legislação em relação a telemedicina, ampliando a demanda por esses serviços o que nos fez acelerar nosso plano de negócios”, conta Valmir Crestani, fundador da startup Aliança Médica (uma plataforma digital que conecta os pacientes aos melhores profissionais).
Na startup Privio (plataforma que oferece comunicação médica inteligente para pacientes com doenças crônicas, grávidas e outras de tratamento constante), o impacto foi positivo, e houve antecipação das etapas do roadmap que a deixou mais atrativa no mercado e ajudou a visualizar algumas dores não atendidas, como nos conta o fundador, Davi Zanotto.
Sobre as mudanças tão repentinas, é muito importante a rápida adequação às novas necessidades, como home office, gestão do time, do tempo. Como as startups enfrentaram esse desafio?
A Idflow já trabalhava com o time em diferentes estados, o fundador em São Paulo e uma equipe em Goiás. Luís afirma que o time trabalha com metas claras, cada um sabe o que deve ser realizado e o prazo de entrega, além disso, realizam uma reunião por semana, onde alinham oportunidades e desafios, as metas e como solucionar problemas.
O time da Aliança Médica, assim como a Privio também já estavam acostumados com o trabalho remoto: “Somos uma empresa de telemedicina, sempre tivemos no nosso DNA a realização de atividades de forma remota, conseguimos lidar bem com essa situação”, afirma Valmir.
“As questões de time e home office foram bem tranquilas, uma vez que metade do time já ficava fora de São Paulo, então já estávamos acostumados com gestão a distância”, conta Davi.
Em meio à tantos desafios, oportunidades e mudanças, queremos entender como essas startups avaliam a participação dentro de um hub de inovação, que através da gestão de comunidade online, produção de conteúdos e eventos, conexão com grandes empresas, mentorias, apoio e suporte, entende a necessidade de cada uma e de que forma pode ajudá-las.
“Fazer parte do Distrito neste momento é especialmente importante para não estarmos sozinhos na tempestade. Estar em uma comunidade como o Distrito, com o apoio dos membros da comunidade e de toda a equipe é importante sempre e mais ainda face a esse desafio”, afirma Rodrigo (Suprevida).
Luís (Idflow) afirma que: “Estar dentro da comunidade do Distrito neste momento está sendo muito importante, conseguimos criar boas conexões que vem nos ajudando e criando novas oportunidades ao período pós-COVID-19.”
Todo momento nos traz algum aprendizado e vimos que no cenário mundial muitas empresas tiveram processos acelerados, necessidades que há tempos eram postergadas e foram colocadas em prática em dias.
Conversamos com os fundadores sobre o que podemos tirar de aprendizado deste momento que estamos vivendo.
“Ter paciência e tomar decisões cirúrgicas, no momento certo e sabendo o que fazer para não prejudicar o business.Este tipo de ação nos permite analisar com cautela cada momento desta pandemia, criando oportunidades para sair dela igual ou melhor como entrou”, afirma Luís (Idflow).
Para Davi (Privio), é importante acompanhar mais de perto movimentos globais antes que cheguem no Brasil.
“O mercado pode ter viradas imprevisíveis , é bom estar preparado para elas”, afirma Valmir (Aliança Médica).
Rodrigo (Suprevida) afirma: “Nosso centro de gravidade é o nosso propósito, levar a saúde para o lado das pessoas é o que nos une, nutre e fortalece.”
Para concluir, apesar de tantas incertezas, cada um se prepara para o futuro, para o mundo pós pandemia, para o “novo normal”.
Vamos entender um pouco como cada um enxerga esse futuro tão próximo e incerto?
Davi (Privio) e Valmir (Aliança Médica) enxergam seus produtos e serviços mais consolidados e validados pelo mercado. São bastante positivos nesse momento.
Luís (Idflow), nos conta que é um momento de cautela, estão se posicionamento como solução para ajudar os hospitais no período pós-covid-19, onde existe um cenário de exames eletivos travados, uma alta demanda hospitalar e uma baixa capacidade para atender todo mundo em tempo hábil. Nesse cenário, a IDFlow irá ajudar os gestores a terem controle real dos seus processos, otimizando atendimentos para conseguir atender à todos.
“Hoje, vemos a Suprevida como um ecossistema de saúde e não como uma plataforma, somos uma grande comunidade com necessidades e ofertas que se encontra na internet. Ficou claro para nós que a aplicação de tecnologia, comunicação, modelos de interação, etc… não são um fim mas um meio para a saúde estar ao lado das pessoas em todos os momentos”, afirma Rodrigo (Suprevida).