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Ética empresarial: fintechs na dianteira do setor financeiro

Ética empresarial: fintechs na dianteira do setor financeiro

16 de setembro de 2020
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 16 de setembro de 2020

O setor financeiro sempre foi considerado muito atraente para profissionais de diversas especialidades, principalmente pela perspectiva de ganhos e ascensão na carreira. Com o incremento da tecnologia, surgiram novas possibilidades de atuação e as chamadas fintechs se tornam cada vez mais relevantes, pelo seu crescimento, flexibilidade e preocupação com o consumidor final. Essa tendência também ganha força quando o assunto em pauta é a ética empresarial — na visão dos próprios colaboradores.

Recente levantamento realizado pela consultoria de governança corporativa e gestão organizacional Virtuous Company no Brasil mostra que dentro do setor financeiro a percepção dos colaboradores no quesito ético é bastante favorável às fintechs. De um total de 111 empresas avaliadas, as 5 primeiras são startups.

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Metodologia

Quase 400 mil avaliações de empregados de 1871 empresas na plataforma Glassdoor, feitas de 2015 a 2019 foram compiladas pela Virtuous Company. Foram levados em consideração no ranking 5 pilares:

  • Confiança Organizacional
  • Liderança ética
  • Orientação para o bem comum
  • Empatia
  • Liberdade para falar

Destaques em ética empresarial

A liderança do ranking ficou com a plataforma de pagamentos online e soluções financeiras Vindi, seguida por outas 4 fintechs: Koin, Creditas, Foxbit e Nubank. Na sequência aparecem Metlife, DmCard, C6, JLTGroup e Pagar.me.

Para entender que levam os colaboradores das fintechs a essa percepção positiva no quesito ética empresarial, o Distrito conversou com o CEO da Vindi Rodrigo Dantas. Leia a entrevista a seguir:

1. Rodrigo, como fundador da Vindi, a indicação vinda dos próprios colaboradores sobre ética empresarial é um grande mérito. Como a notícia foi recebida?

RES: A gente conversou com a idealizadora do projeto e sócia da consultoria. Foi uma surpresa grande, estar em primeiro lugar, já que o ranking mostrou 111 empresas e algumas delas, a gente admira bastante.

2. Empresas em que colaboradores sentem-se confortáveis para trabalhar (um dos aspectos avaliados) têm melhor performance em termos de entrega?

RES: Tenho certeza disso, além de tudo, a maioria sente que está no lugar que deveria, mesmo em momentos difíceis como esse que estamos passando na pandemia. Crescemos durante o período do Covid-19.

Funcionários  de uma empresa reunidos para foto

3. A metodologia da pesquisa tomou por base cerca de 400 mil depoimentos na plataforma Glassdoor, postados de 2015 a 2019.  Considerando as movimentações nesse período, sempre houve a preocupação em manter esse bom relacionamento também com quem eventualmente já não faz parte do time?

RES: Sim, inclusive reduzimos o time em Abril, no auge da pandemia. E cuidamos para que a maioria se recolocasse rápido, em empresas que admiramos. Isso também ocorre com ex-colaboradores de forma orgânica. Até em festas e comemorações, ex-vindianos aparecem e têm a porta aberta. Outro fator importante é que temos pessoas que voltaram a trabalhar com a gente: foram para o mercado e depois numa oportunidade, voltaram. Isso mostra um pouco nosso espírito.

4. O setor financeiro tem investido pesado em tecnologia e inovação. Mas ainda existe uma percepção negativa em considerável parcela dos consumidores. Como as fintechs estão contribuindo para melhorar essa avaliação? Surpreende que em um mercado tão intensivo em capital, as 5 mais bem avaliadas pelos colaboradores são fintechs, superando gigantes do setor?

RES: Acho que esse top 5 virou um sinal, especialmente para mim. As fintechs já se posicionam diferente (centradas no consumidor) e obviamente criam culturas diferentes de selecionar colaboradores e etc. Tenho plena certeza que as corporates estão se mexendo e há muita coisa boa, que capturamos deles. Mas não há dúvidas que startups em geral, atraem um tipo de gente diferente, com valores mais atualizados em propósito, segurança psicológica e cultura.

5. O Código de Ética e de Melhores Práticas para Fintechs, desenvolvido em novembro de 2018, propõe alguns padrões de conduta para os agentes do mercado. De lá para cá, houve avanços a serem destacados na busca pelo bem comum?

RES: Não lembro de algum update de destaque, mas acredito que o próprio amadurecimento de algumas delas (incluindo a Vindi), fortaleceram boas práticas no mercado. Tem muita gente de big corp, querendo entrar em startups.

6. Além de CEO e founder, você também se tornou um influenciador no mercado, disseminando informações a um público mais amplo do que a própria base de clientes da Vindi. Essa notoriedade de alguma maneira contribui para que internamente exista a preocupação em promover mais empatia, diversidade, inclusão e liberdade de fala na equipe?

RES: Não tenho essa certeza, acredito que nosso código de cultura, os próprios colaboradores e a diversidade que temos dentro de casa (que ainda não é a ideal) se combinam para a gente ter recebido tal reconhecimento. Foi um negócio muito “de dentro para fora, genuíno…”

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