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Mudanças de hábitos de consumo: uma nova forma de fazer “compras” online

Mudanças de hábitos de consumo: uma nova forma de fazer “compras” online

26 de outubro de 2021
6 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 26 de outubro de 2021

Startup de aluguel de itens diversos aposta na economia colaborativa e nas mudanças de hábitos de consumo de itens do cotidiano

Durante a pandemia, o mundo acompanhou um aumento significativo nas vendas online. Os hábitos de consumo passaram por mudanças e muitos produtos que antes não eram adquiridos via internet começaram a ser consumidos por esse canal. No entanto, enquanto observamos o número de compras online aumentar consideravelmente, muitas pessoas estavam dentro de casa olhando para todos aqueles produtos que tinham comprado em algum momento da vida e que agora juntavam pó.

Partindo desse cenário, a Startup Lugaluga surgiu com a proposta de possibilitar uma renda extra com o aluguel de bens que você não usa muito. Essa prática se enquadra em um conceito de ‘economia colaborativa’, ou seja, o objetivo é conectar pessoas desconhecidas com interesses e necessidades comuns e, dessa forma, facilitar o compartilhamento e a troca de serviços e objetos. Se trata de uma nova forma de consumo.

Nosso objetivo é transformar a ideia de propriedade que as pessoas têm sobre as coisas, assim como o Airbnb fez com as casas”, diz Filipe Leite, co-fundador da Lugaluga.

Economia colaborativa e hábitos de consumo

A economia colaborativa – também conhecida como compartilhada ou em rede – é o resultado de um processo de mudanças de hábitos de consumo que refletem uma nova percepção de mundo. Diante de problemas sociais e ambientais que se agravam cada vez mais, este tipo de economia representa a compreensão de que a divisão de bens deve substituir o acúmulo. Isso impacta diretamente a forma como vivemos e fazemos negócios.

Tomás Lara, co-fundador da Engage e do Catarse, comentou ao portal do Sebrae que o fenômeno da economia colaborativa é muito mais antigo do que pensamos: “Povos indígenas e comunidades já tinham o hábito de compartilhar, de acessar as coisas dos outros, de trocar”, explica. O que há de novo é a forma massiva que o fenômeno passou a ocorrer em 2008 e 2009 com a inovação tecnológica e a necessidade de repensar o consumo. “A partir de então, todo mundo, de forma muito rápida e barata, pôde fazer transações e se localizar, se encontrar e decidir a melhor forma de usar um recurso”, completou.

Há uma máxima no mercado que diz que, na verdade, não precisamos da furadeira, mas sim do buraco na parede. Este exemplo ilustra o ponto de partida dessa proposição de economia.

Confira algumas empresas que já aplicam essa ideia!

Lugaluga

A Lugaluga é um Marketplace de aluguel de produtos, ou seja, intermedia a relação entre pessoas que possuem produtos ociosos em casa e pessoas que querem usar esses produtos e está no ar desde agosto de 2020. O modelo funciona hoje com qualquer produto, desde furadeiras, videogames, bicicletas e até mesmo câmeras de ação como a famosa GoPro.

Pensando nas pessoas que alugam o produto, a principal vantagem é a economia. Por exemplo, na plataforma é possível encontrar uma câmera de ação GoPro Hero 7 White por R$11,99/dia. Alugá-la por 30 dias resultaria em um custo de R$359,70. Tendo em vista que seu valor de mercado gira em torno de R$2.200, a economia poderia ser de  R$1.840,30.

Além disso, a experiência com o produto é outro fator importante a ser levado em conta. “O objetivo da compra de um produto hoje é o resultado que ele te trás, ou seja, se alguém compra uma GoPro, ela não está interessada no produto, e sim nos benefícios que ela possui como ter fotos, vídeos e memórias dos melhores momentos de suas aventuras”, diz Filipe. “Por isso queremos mudar a ideia de propriedade, o objetivo do aluguel é você ter a mesma experiência com um desconto de 70% a 99% do valor de compra do produto”.

Já para quem deixa o objeto para ser alugado, há o lucro extra que irá entrar para o orçamento. Seguindo o mesmo exemplo anterior, dos R$11,99/dia, R$9,81 ficarão para o dono do objeto, totalizando R$294,30 ao final de 30 dias.

A Lugaluga proporciona uma experiência simples, fácil e segura para seus usuários. É possível realizar todo o processo diretamente através do site e a entrega do produto pode ser feita de duas formas: retirada pessoalmente ou recebida em casa. No primeiro modelo os dois envolvidos combinam o melhor horário e local de encontro para a retirada e, depois, a devolução. Já para receber em casa, a Lugaluga oferece o serviço LugExpress, onde um motorista busca o item no local desejado pelo dono e o entrega  para quem alugou. Na hora da devolução, o processo é o mesmo. Todo o transporte é feito pelo valor fixo de R$36,00.

Uber

A Uber é o exemplo mais conhecido de um negócio colaborativo. A empresa revolucionou o mercado de mobilidade com seu modelo de negócio, no qual o motorista pode oferecer um serviço de transporte a um preço mais acessível do que os táxis que existiam até então dominando o setor. Além de ser uma opção mais confortável do que o transporte público tradicional. 

Hoje, de acordo com a página Fatos e Dados da empresa, são mais de 22 milhões de usuários só no Brasil. No mundo, a plataforma chega a contar com mais de 101 milhões de usuários.

Airbnb

Outro exemplo bastante conhecido de economia compartilhada é o Airbnb, plataforma de aluguel de acomodação por temporada. O conceito é simples e diz tudo sobre o que a empresa busca oferecer: ‘belong anywhere’, ou seja, sinta-se em casa onde estiver. 

A empresa notou que hotéis e pousadas costumam oferecer um preço elevado para turistas e experiências de estadia bastante engessadas. Assim, a possibilidade de viver por alguns dias no espaço de um morador da região que se está visitando foi uma ótima sacada para driblar os quartos de hotéis e entregar experiências únicas ao redor do mundo. 

Desde 2012, o Airbnb já acumulou mais de 90 mil diárias registradas e possui valuation de mais de US$ 1 bilhão.

O próximo passo da revolução colaborativa

A verdadeira revolução proposta pela economia colaborativa é o consumo consciente para um futuro sustentável. É sobre o impacto positivo que diversas ações de compartilhamento podem gerar no mundo inteiro. Essa revolução surge de uma consciência pós-crise, uma mudança de hábitos de consumo, quando fica evidente que os modelos atuais se tornaram obsoletos frente às novas necessidades humanas, ambientais e de mercado e, então, é preciso pensar em transformações.