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CEO do Olist conta como foi a captação de R$ 310 mi pelo Softbank

CEO do Olist conta como foi a captação de R$ 310 mi pelo Softbank

7 de janeiro de 2021
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 7 de janeiro de 2021

A startup paranaense Olist é uma referência entre as retailtechs pela trajetória de sucesso, principalmente quando o assunto é captação de investimento. Em novembro de 2020, a empresa recebeu R$ 310 milhões em uma rodada série D liderada pelo conglomerado japonês SoftBank.

Conhecida também pelo seu modelo de negócio inovador, o Olist conecta pequenos lojistas a grandes marketplaces como Magazine Luiza, Americanas e Mercado Livre. No final de 2019, a startup já havia recebido 190 milhões de reais do fundo e o segundo investimento pode demonstrar a confiança no trabalho do Olist.

Entrevista completa com o CEO do Olist

Para compreender a trajetória da startup, o Distrito Dataminer entrevistou Tiago Dalvi, CEO do Olist, para o estudo mensal Inside RetailTech Report, que acompanha o setor de varejo constantemente por meio da análise dos investimentos em startups, tendências e iniciativas do setor.

Como surgiu a ideia de fundar o Olist? Qual dor ou oportunidade de mercado vocês buscavam solucionar?

O Olist foi fundado em 2015 como uma derivação da Solidarium, empresa criada em 2007 como uma loja de shopping que depois se tornou um marketplace para a venda de produtos artesanais. A mudança no modelo de negócio ocorreu após uma aceleração e rodada de investimento realizada pelo fundo 500 Startups.  A Solidarium tinha foco em empreendedores do artesanato, conectando-os, em um primeiro momento, a grandes varejistas offline e depois também no e-commerce. Quando foi aprovada para um processo de capacitação da 500 Startups, percebi que poderia atingir muito mais gente se ampliasse o foco de atuação, então reestruturei o negócio – foi aí que nasceu o Olist.

banner informativo do Inside Retailtech Report que leva para a pagina de assinatura mensalmente.

Hoje o Olist utiliza um modelo de recorrência com planos mensais e uma comissão por pedido. Como vocês chegaram nesse modelo de receita? Têm alguma dica para as startups que ainda não encontraram o modelo ideal?

Por aqui, buscamos um modelo que seja justo e faça sentido para os nossos clientes. As assinaturas mensais correspondem aos diversos features e ofertas da nossa plataforma, dos serviços logísticos e nosso atendimento ao comprador final (buyer experience e support). Já a comissão, é justamente pensando em um fee de sucesso. Além da plataforma, nossos clientes têm gerentes de contas dedicados a equipes especializadas para ajudar a alavancar o sucesso. O nosso sucesso depende do sucesso do nosso seller. 

Como vocês estruturaram essa nova captação liderada pelo SoftBank, com participação da Valor Capital e outros investidores? Como foi o processo de captação com estes fundos? Quanto tempo a captação levou?

A busca por um novo investimento foi causada pela aceleração do comércio eletrônico durante o período da pandemia do novo coronavírus. A quarentena nos fez avançar a estratégia em um ano e meio e por isso precisamos nos capitalizar.

O Olist teve um ano com crescimento recorde por meio do aumento da base de clientes, evolução dos produtos e integração com novos marketplaces. Boa parte dos recursos do aporte será destinada ao crescimento do core business, além de acelerar investimentos em tecnologia, novos produtos e em fusões e aquisições. A primeira a ser fechada foi a compra da ClickSpace, uma startup especializada em soluções relacionadas a marketplaces e social commerce. Nós vamos continuar expandindo e desenvolvendo as soluções da Clickspace, que são diretamente sinérgicas e complementares ao negócio do Olist. O fundador da companhia e todo o time de desenvolvedores passam a integrar a nossa equipe. 

Quais são os principais pontos que os investidores analisam antes de fazer um aporte em uma startup mais madura? O que vocês sentiram que mais mudou na abordagem dos investidores entre o investimento seed na Olist e nessa Series D?

São vários pontos, mas os principais são time (qualidade e nível de sofisticação), modelo de negócios, ritmo de crescimento, capacidade de executar os planos detalhados e resultados. Durante a fase de seed, a promessa e potencial é o que chama mais atenção.

Já nas rodadas mais avançadas como C e D, é a capacidade de execução, qualidade dos financials e resultados alcançados que ditam o tom da negociação.

Como este valor será utilizado o valor captado? Qual o roadmap dos próximos meses?

Com a expansão e aumento da penetração do e-commerce no Brasil, que registrou no primeiro semestre de 2020 recorde de faturamento, R$ 38,8 bilhões, o Olist teve um ano com crescimento recorde. A maior parte dos recursos que recebemos será destinada ao crescimento do core business, principalmente em produto e tecnologia. Além disso, os recursos serão destinados a investir no ecossistema de soluções e intensificar os esforços em novos produtos que vão gerar mais visibilidade e oportunidade para os lojistas, marcas e grandes varejistas / marketplaces parceiros.

Conheça mais sobre o Inside RetailTech

O Inside RetailTech surgiu para prover mais inteligência para tomada de decisão. Aqui você irá encontrar, mensalmente, análises sobre quantas rodadas de investimento aconteceram no setor, as principais movimentações e tendências na área de tecnologia voltadas para o Varejo e quais startups estão dominando este meio. Assim, você fica por dentro de tudo o que está acontecendo no mercado de RetailTech no Brasil.

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