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Pela primeira vez, Nubank ultrapassa PagSeguro no Google Trends

Pela primeira vez, Nubank ultrapassa PagSeguro no Google Trends

10 de janeiro de 2020
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 10 de janeiro de 2020

O Nubank ultrapassou o PagSeguro em volume de buscas na ferramenta Google Trends. O gráfico comparativo da ferramenta do Google mostra que, nas primeiras semanas de janeiro de 2020, os usuários se interessaram mais pela startup que oferece o famoso cartão roxo. É a primeira vez que isso acontece.

Em junho de 2019, uma pesquisa feita pelo próprio Google e divulgada pelo Valor Investe já tinha mostrado que o Nubank superou também o Itaú em volume de buscas.

Veja abaixo o gráfico do Google Trends que mostra o momento em que o Nubank superou o PagSeguro nas buscas.  O time do Distrito Dataminer estava fazendo alguns levantamentos, análises e minerando informações até que se deparou com esse cenário.

infográfico sobre nubank a frente do pagseguro no google trends

Concorrência acirrada

Nubank e PagSeguro competem principalmente por causa das contas digitais que oferecem. Lançada em 2017, a NuConta é uma opção de conta gratuita e 100% digital que veio para complementar os serviços já oferecidos pela startup. Inicialmente disponível apenas para os usuários do cartão de crédito Nubank, hoje pode ser utilizada por todos os interessados, sem análise de crédito. 

A NuConta considerada também uma opção de investimento de baixo risco. Isso porque, ao deixar o dinheiro na conta, ele começa a render automaticamente, com uma taxa maior que a da poupança.

Por sua vez o PagBank, da PagSeguro, foi lançado em 2019, seguindo os passos da NuConta. Da mesma forma, na conta da PagSeguro o dinheiro também rende o mesmo que o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – são 6,39% ao ano, contra 4,2% da poupança. 

No PagBank também não há mensalidade, no entanto, ao contrário do Nubank, as transferências por TED são limitadas. Também há opção de usar um cartão de crédito gratuito, sem mensalidade.

O crescimento do Nubank em 2019

O ano de 2019 foi um dos melhores para o Nubank, e é provável que o aumento no número de buscas seja um reflexo desse momento vivido pela empresa.

Foi no ano passado que a startup recebeu a sua maior rodada de investimentos. Foram 400 milhões levantados em sua série F. A rodada foi liderada pelo fundo TCV, uma das maiores empresas focadas em capital de expansão nos Estados Unidos. O fundo é focado em empresas de tecnologia em fase de crescimento, com um histórico que inclui AirBnB, LinkedIn, Spotify e Netflix.

A rodada contou ainda com a participação de outras empresas, como Tencent, DST Global, Sequoia Capital, Dragoneer, Ribbit Capital e Thrive Capital. De acordo com o blog do Nubank, com a injeção de recursos a startup acumulou 820 milhões de dólares, oriundos de sete rodadas. 

O Nubank já é a sexta maior instituição financeira do Brasil. São 12 milhões de clientes no Brasil. Além disso, no ano passado, a startup deu início a sua expansão internacional, inaugurando escritórios no México e na Argentina. Segundo a empresa, esses países enfrentam desafios similares aos encontrados no Brasil. 

Outra aposta do Nubank tem sido a expansão dos produtos que oferece: o que começou com um cartão de crédito hoje tem também empréstimo pessoal, conta digital, conta PJ (em testes) e programa de pontos. Em julho de 2019, o Nubank contava com 1700 funcionários no Brasil, Alemanha, Argentina e México. O objetivo era chegar ao fim daquele ano com 2500 colaboradores.

A bolha de unicórnios

Depois da rodada de investimentos mais recente, o Nubank foi avaliado em 10 bilhões de dólares, de acordo com o Wall Street Journal. Com esse valuation, a empresa faz parte de um seleto grupo, o das startups unicórnio, que são aquelas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares.

Mas, apesar do momento de otimismo, especialistas recomendam cautela ao olhar para startups que são bem-sucedidas tão rapidamente. Já existe até um termo para isso: é a chamada bolha de unicórnios. Seria o Nubank um deles?

Startups são conhecidas por atraírem grandes quantias de investimentos, mas sem serem necessariamente lucrativas. O foco é primeiro crescer para depois lucrar. Dessa forma, esses negócios recebem investimentos, crescem, recebem mais investimentos e crescem ainda mais. Junto com esse movimento, o valor de mercado também sobe. Esse valor de mercado, aliás, é necessário para conseguir mais rodadas. 

O sonho do IPO, pode ser o início do fracasso

O problema acontece quando, ao ingressarem na bolsa de valores, alcançando o sonhado IPO, essas startups acabam perdendo valor de mercado rapidamente. Em 2019, não faltaram exemplos: Pinterest, Uber e Slack foram alguns deles. 

Mas o mais comentado, talvez, tenha sido o WeWork. A rede de escritórios compartilhados, sobre a qual já falamos aqui no blog, ganhou os noticiários devido ao seu IPO fracassado, que fez seu valor de mercado cair de 47 bilhões de dólares para 8 bilhões.

Há quem diga que a supervalorização das startups atualmente lembra a bolha da internet, no final dos anos 1990. Só que, no lugar nas empresas .com, estão as startups. Para especialistas, o problema é o otimismo exagerado de quem acredita que esses negócios vão mudar o mundo e resolver todos os problemas, além da falta de retorno financeiro. Por outro lado, há startups que são sustentáveis e consolidadas, como parece ser o caso do Nubank. 

De qualquer forma, apesar das grandes quantias de investimentos, é importante olhar para os unicórnios com um pouco mais de ceticismo.

Quer saber mais sobre o mundo das startups, tecnologia e empreendedorismo? Então continue acompanhando o blog do Distrito! E, para saber tudo sobre as empresas unicórnio brasileiras, baixe o nosso relatório Corrida dos Unicórnios.