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O impacto e a importância da IA no mercado financeiro em 2025

O impacto e a importância da IA no mercado financeiro em 2025

27 de março de 2025
7 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 27 de março de 2025

Na última quinta-feira, 20 de março, o Distrito promoveu o Fintech Summit 2025 em correalização com o Santander X. O evento reuniu, em São Paulo, especialistas, investidores e empreendedores para discutir os caminhos da inovação no sistema financeiro, com destaque para a presença crescente da inteligência artificial (IA) no setor.

Além disso, temas como regulação, open finance, criptoativos, embedded finance e as novas demandas em venture capital também ganharam espaço, revelando um ecossistema que está se adaptando rapidamente às novas tecnologias, mas sem abrir mão de governança, segurança e experiências centradas no usuário.

Com o patrocínio da AWS, Zendesk, Efí Bank, Copastur, Fintalk, Getnet e apoio da ABFintechs, o evento promoveu debates estratégicos e trocas de conhecimento relevantes para todos os elos da cadeia financeira. Confira:

  • Panorama do mercado de fintechs na América Latina
  • Dinheiro com mente própria – o impacto dos AI Agents no setor financeiro
  • Embedded Finance – quando o financeiro não é mais um produto, mas uma experiência
  • Cripto como ferramenta institucional – evolução do Bitcoin no mercado global
  • Fintechs nunca saem de moda – atraindo investimentos de VCs
  • Conclusão: IA como fio condutor da inovação financeira

Panorama do mercado de fintechs na América Latina

A programação começou com um retrato atual do ecossistema de fintechs na América Latina. O painel destacou que cerca de 15% das startups ativas na região atuam no setor financeiro, totalizando mais de 3.500 empresas. Apenas no último ano, aproximadamente 200 novas fintechs surgiram no continente, reforçando o papel central do segmento na agenda de inovação.

Os painelistas Gustavo Gierun (Distrito), Márcio Giannico (Santander) e Victor Harano (Distrito) apontaram ainda a consolidação do Brasil como principal hub de inovação financeira na região, seguido de México, Colômbia e Argentina. Além do volume de startups, esses países se destacam também pela capacidade de atração de investimentos e adoção de soluções tecnológicas.

Outro ponto levantado foi a maturidade do ecossistema brasileiro, que tem impulsionado movimentos de fusões, aquisições e ampliação de portfólios. Essa tendência indica uma nova fase para o mercado: menos fragmentado, mais eficiente e cada vez mais integrado regionalmente.

Leia mais em: Panorama do mercado de fintechs na América Latina em 2025

Dinheiro com mente própria – o impacto dos AI Agents no setor financeiro

O primeiro painel do dia tratou das aplicações práticas da inteligência artificial no mercado financeiro, com foco nos chamados AI Agents. Os participantes apresentaram casos de uso que vão desde o atendimento ao cliente até processos mais complexos, como antecipação de recebíveis, classificação de documentos, análise contratual, prevenção a fraudes e suporte à tomada de decisão.

Além disso, Pedro Oliveira (Distrito), Fernando Katsonis (Lifetime), Danilo Vasconcelos (EmDia) e Carmem Duarte (Banco BMG) discutiram o papel da IA na hiperpersonalização de serviços e no ganho de eficiência operacional. Embora a tecnologia esteja madura para diversas aplicações, os painelistas destacaram que infraestrutura, preparo dos times e regulação ainda são desafios importantes.

A IA, segundo eles, deve atuar como apoio à tomada de decisão — e não como substituta de pessoas —, ampliando a agilidade sem comprometer a responsabilidade.

Leia também: Enterprise AI ou IA Empresarial: o que é, como funciona e como implementar

Embedded Finance – quando o financeiro não é mais um produto, mas uma experiência

A segunda discussão abordou como soluções financeiras embutidas estão mudando a forma como produtos e serviços chegam aos usuários. Em vez de operar separadamente, empresas de diferentes setores estão integrando pagamentos, crédito e seguros diretamente em suas plataformas, criando jornadas mais fluidas e convenientes.

Segundo os painelistas, Leo Amaral (FCamara), Pedro Mac Dowell (QI Tech), Gabriel Borges (AWS) e Fred Amaral (Lerian), a tendência é que esse modelo cresça nos próximos anos, impulsionado por APIs, parcerias entre startups e grandes instituições, e uso de dados. Nessa evolução, a IA desempenha papel essencial, pois permite recomendar produtos, personalizar experiências e garantir a eficiência da operação.

No entanto, os especialistas alertaram para a importância da governança dessas integrações. À medida que mais serviços se conectam, torna-se fundamental garantir segurança, compliance e interoperabilidade entre os sistemas.

Leia também: Shadow AI: o que é, quais os riscos e como evitar

Cripto como ferramenta institucional – evolução do Bitcoin no mercado global

Em seguida, foi-se discutido um olhar histórico sobre o mercado de criptoativos, com foco na transição do Bitcoin de uma solução descentralizada para um ativo integrado às estratégias de grandes instituições.

Os painelistas Fabrício Tota (Mercado Bitcoin), Alexandre Vasarhelyi (B2V Crypto), e Evandro Vieira (Santander) falaram sobre como bancos, exchanges reguladas e gestoras vêm institucionalizando o uso de cripto com apoio da regulação e da educação do mercado.

Além disso, destacou-se o papel da tecnologia blockchain na rastreabilidade de operações e na prevenção a fraudes. Longe de ser uma ameaça, a criptoeconomia passa a ser vista como um novo pilar de infraestrutura financeira. A discussão reforçou que, com os instrumentos certos, o setor pode ser ainda mais transparente que modelos tradicionais.

Leia também: IA em finanças: aplicações, impactos e como implementar

Fintechs nunca saem de moda – atraindo investimentos de VCs

Encerrando a programação, o painel reuniu representantes de fundos de venture capital nacionais e internacionais, além de empreendedores que passaram por diferentes ciclos da indústria. Piero Contezini (Asaas), Azor Barros (Parallax Ventures), Camila Vieira (QED Investors) e Mariana Bonora (ABFintechs) concluiram que: mesmo após ciclos de ajuste e maior seletividade no ecossistema, as fintechs seguem como líderes em volume de investimentos na América Latina.

Além disso, os painelistas explicaram que o Brasil segue atrativo por sua combinação única de mercado amplo, alta digitalização, regulação avançada e talento empreendedor. Dados mostraram que oito das dez maiores rodadas da região em 2024 foram destinadas a fintechs.

Além disso, discutiu-se como a IA está moldando as novas esteiras de crédito, o relacionamento com clientes e o combate a fraudes. No entanto, os participantes reforçaram que a sustentabilidade das empresas e a governança dos modelos precisam acompanhar essa transformação.

Leia também: 7 dicas para implementar IA no seu negócio

IA como fio condutor da inovação financeira

A edição 2025 do Fintech Summit mostrou que a IA no mercado financeiro não é mais uma tendência futura, mas uma realidade em expansão. Em todos os painéis, a tecnologia apareceu como ferramenta para resolver problemas reais, criar eficiência e transformar relações entre empresas e clientes.

No entanto, os debates também deixaram claro que essa evolução precisa ser acompanhada de regulação inteligente, infraestrutura adequada e foco em governança. O caminho para um sistema financeiro mais digital e inclusivo passa por colaboração entre agentes tradicionais, startups e órgãos reguladores.

Para rever as discussões, acesse a transmissão na íntegra aqui.