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Rodadas de investimento: o que é, tipos e como funciona

Rodadas de investimento: o que é, tipos e como funciona

14 de novembro de 2022
7 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 14 de novembro de 2022

Rodadas de investimento são etapas em que startups buscam capital para financiar seu crescimento e expandir operações. No Brasil, o funil de investimentos é marcado por barreiras significativas, especialmente na transição do seed para a série A.

Entender essas etapas e as taxas de sucesso entre elas ajuda a visualizar os desafios enfrentados pelas startups no ecossistema nacional, onde apenas uma pequena parcela atinge as rodadas mais avançadas. Continue a leitura!

Confira o que vamos abordar por aqui:

  • O que é uma rodada de investimento?
  • Quais são os tipos de rodadas de investimento?
  • Panorama dos investimentos em startups brasileiras
  • Conclusão

Leia também: O que é Venture Capital e como funciona esse investimento

 

O que é uma rodada de investimento?

As rodadas de investimento são etapas nas quais startups buscam recursos para financiar seu crescimento e desenvolvimento. Cada rodada possui características e objetivos específicos, que refletem o estágio de maturidade da empresa e suas necessidades de capital.

Essas rodadas são essenciais para que as startups possam investir em áreas estratégicas, como expansão de operações, desenvolvimento de produtos e ações de marketing. Além disso, essas captações funcionam como uma validação do modelo de negócio, pois investidores tendem a apoiar empresas que demonstram potencial de crescimento e sustentabilidade. Outro ponto relevante é o fortalecimento da marca, já que atrair investidores renomados pode aumentar a visibilidade e credibilidade da startup no mercado.

Entretanto, muitas startups enfrentam dificuldades para avançar de uma rodada para outra. Um estudo da CB Insights, que analisou 1.119 startups americanas que captaram investimentos “seed” entre 2008 e 2010, revelou que menos da metade das empresas conseguiu levantar uma segunda rodada de investimento.

À medida que essas startups amadurecem, a taxa de sucesso em captar novos recursos diminui ainda mais. O estudo mostrou que apenas 3% das startups que receberam financiamento seed chegaram a uma série E, destacando a complexidade e os desafios de escalar e captar novos aportes ao longo do tempo.

Tipos de rodada de investimento

As rodadas de investimento são classificadas de acordo com o estágio de desenvolvimento da startup e o objetivo de cada captação. Entender esses diferentes tipos de rodadas ajuda investidores e empreendedores a alinhar expectativas e definir estratégias adequadas para o crescimento da empresa. A seguir, confira as principais rodadas de investimento:

Investimento Anjxo: A primeira rodada de investimentos que uma startup recebe. Nesta fase, o objetivo é testar a tese do negócio, formar o time inicial e desenvolver um MVP (produto mínimo viável). Essa rodada é importante para que a startup tire a ideia do papel.

Investimento Semente (Seed): Nesta etapa, o capital é destinado a apoiar o trabalho inicial de pesquisa, desenvolvimento e validação de mercado. Startups buscam entender melhor seu produto e quem serão seus usuários ou consumidores.

Série A: Essa é a primeira rodada de investimentos para expansão. Os recursos são utilizados para otimizar a base de usuários e lançar novas ofertas de produtos e serviços. Aqui, a startup já possui uma base sólida de clientes e precisa de capital para escalar.

Série B: O foco é ampliar o alcance de mercado e melhorar os processos internos. Com uma base de clientes estabelecida, a startup precisa de recursos para expandir e fortalecer sua estrutura operacional.

Série C: Aqui, o objetivo é acelerar o crescimento da startup, entrando em novos mercados internacionais ou adquirindo outras empresas. Exemplos de startups que alcançaram essa fase incluem Alice, Buser e Omie, que usaram essa rodada para expandir e diversificar suas operações.

Séries D, E, F e G: Rodadas avançadas indicam que a startup continua atraindo investimentos para manter seu crescimento e consolidar sua posição no mercado. Empresas conhecidas que chegaram a essas rodadas incluem a MadeiraMadeira, que alcançou a Série E, além de iFood e Nubank, que chegaram à Série G.

Como está a jornada das startups no funil de investimentos no Brasil?

O Distrito Dataminer, em estudo inédito, analisou sua base de deals para entender como as startups brasileiras estão evoluindo no funil de investimento. Avaliamos todas as movimentações no mercado entre 2011 e 2020, buscando identificar as principais barreiras no processo de captação no ecossistema brasileiro.

No Brasil, foram registradas 1.066 captações nos estágios de Pré-Seed e Seed. No entanto, apenas 281 startups conseguiram superar o primeiro grande desafio e alcançar a Série A, representando uma redução de cerca de 75%. Em outras palavras, muitas startups não conseguiram ganhar força, atingir marcos importantes, comprovar o product-market fit e, provavelmente, enfrentaram problemas estruturais ou dificuldades para levantar uma segunda rodada.

Após esse primeiro corte significativo no funil de investimentos, a progressão das startups entre os estágios seguintes apresenta uma taxa de sucesso entre 30% e 50% em relação ao estágio anterior.

infográfico

Startups nas rodadas de investimento Série A e Série B

Entre as 281 startups que captaram uma Série A, apenas 102 avançaram para a Série B, o que representa 36% das que chegaram ao estágio anterior e cerca de 9,6% do total. Isso indica que menos de 10% das startups brasileiras atingem uma Série B, resultando em um corte de mais de 90% nas duas primeiras fases.

Os estágios mais avançados de investimento no Brasil ainda encontram poucos investidores institucionais locais, fazendo com que esses aportes sejam, muitas vezes, liderados por investidores estrangeiros. Para startups que conseguem captar nessas séries mais altas, a taxa de sucesso média entre Série B e Série C é de aproximadamente 30%.

Estabilidade na série C:

A partir da Série C, a taxa de avanço se estabiliza em torno de 50%, com metade das startups que captaram nesta fase conseguindo avançar para a Série D e assim por diante. Entre as que alcançam uma Série E, apenas 0,8% do total de startups fundadas chegam a esse ponto. Já as que atingem uma Série C ou D representam 3,3% e 1,6% do total, respectivamente.

Esses dados mostram que cerca de 97% das startups não alcançam a Série C, refletindo um ecossistema em amadurecimento. A maior dificuldade para os founders brasileiros está em ultrapassar o estágio Seed e atingir a Série A, onde a taxa de falha é de três em cada quatro startups.

Conforme as empresas avançam no funil de captação, suas chances de levantar novas rodadas aumentam, evidenciando a necessidade de uma gestão cuidadosa em todas as fases de crescimento. Empreender não é tarefa fácil: apenas 1% das startups fundadas no Brasil chegam a captar uma Série F ou G. Superar o desafio do Seed e aprender com os casos de sucesso é essencial para progredir no funil de captações.

Conclusão

Ter um bom planejamento e estratégias sólidas é essencial para que uma startup avance no funil de investimentos. Além disso, é crucial conhecer o mercado e o próprio negócio para identificar oportunidades de crescimento e superar os desafios de cada etapa de captação. Com a maturidade do ecossistema brasileiro, empreendedores que se preparam bem conseguem maximizar suas chances de captar investimentos e escalar seus negócios.

O Distrito, como uma das principais plataformas de inovação aberta no Brasil, desempenha um papel importante no suporte ao ecossistema de startups, oferecendo dados, insights e conexões que ajudam empresas a crescer e se posicionar melhor no mercado.