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MVP: o que é e como aplicar sua estratégia?

MVP: o que é e como aplicar sua estratégia?

29 de maio de 2023
10 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 29 de maio de 2023

Toda startup ou empreendedor se propões a apresentar uma solução inovadora capaz de resolver um problema eficientemente. Mas, será que ela funciona mesmo? Para ter certeza disso, nada melhor do que usar um Minimum Viable Product, ou, MVP.

Um MVP é uma versão de um produto ou serviço de um negócio que permite que ele teste todos os seus diferenciais, canais de distribuição, percepção do público e, inclusive, se existe uma clientela e demanda para ele. Ou seja, é um processo muito estratégico que merece a devida atenção.

Pensando nisso, preparamos um conteúdo completo, para que você entenda tudo sobre esse assunto! Continue a leitura e venha entender o que é MVP, como estabelecer hipóteses, sua importância e muito mais. Confira!

O que é Minimum Viable Product, o MVP?

O MVP, ou Mínimo Produto Viável, em português, é uma versão de teste de um novo produto que permite coletar dados importantes sobre sua percepção no mercado. Além disso, ele também possibilita a identificação dos pontos de melhorias que devem ser trabalhados.

Esse processo permite a validação do conhecimento sobre os consumidores e sua reação sobre os diferenciais do produto. A estratégia ajuda a minimizar o tempo de aprimoramento até a versão final e aumenta as chances de criar uma solução realmente valiosa para as pessoas.

Ou seja, quando uma startup cria um MVP, a ideia é testar a reação do público, os canais de divulgação que geram interesse, avaliar a aderência às ferramentas e não necessariamente gerar milhares de vendas no primeiro momento. 

Como estabelecer hipóteses para o MVP?

De modo geral, um MVP pode ser concebido em seis etapas essenciais. Venha conhecer quais são elas:

1. Defina o problema a ser solucionado

Todos os produtos, independentemente do ramo da empresa, precisam solucionar algum problema importante ou relevante para o público. Só assim, os clientes estarão dispostos a pagar pela solução. Afinal, não basta ser um produto perfeito na visão do criador, é preciso atender às necessidades e ser ideal para a percepção do público-alvo, não é mesmo?

Aproveite e conheça mais sobre o Design Thinking, uma abordagem que tem o objetivo de buscar de maneira coletiva e colaborativa encontrar uma solução para os problemas.

2. Crie uma solução simplificada

Sabemos como é tentador inserir milhares de funcionalidades e diferenciais em um novo produto. Mas, para um MVP, dê preferência para soluções mais simples. Caso o item seja muito completo, além de custar tempo e recursos, muitas vezes o produto ficará caro demais para as pessoas quererem, ao menos, testá-lo.

Com uma solução básica, que resolva o problema definido, as chances de sucesso são muito maiores e os produtos podem ser melhorados com o tempo.

3. Categorize suas funcionalidades

Conforme visto no tópico anterior, soluções mais simples são preferíveis. Mas, para escolher as funcionalidades que ficam e as que serão excluídas, pode ser confuso. Por isso, crie categorias para as funções do seu MVP. Liste as funcionalidades que:

  • Precisam ter;
  • Deveriam ter;
  • Podem vir a ter;
  • Não precisam ter.

4. Não busque por eficiência neste momento

Inovações bem-sucedidas precisam ser eficientes e escaláveis. Porém, seu MVP é uma versão de teste, portanto, sua função primordial é verificar se seu produto é desejado pelo público. Após as melhorias do item e a confirmação do público, é possível criar um processo eficiente para seu desenvolvimento.

Você conhece a inovação descentralizada? Aplicar essa estratégia durante a criação do seu MVP pode ser muito benéfico para sua startup! Acesse e entenda mais sobre o assunto!

5. Maximize seu aprendizado com hipóteses

O MVP não é o produto final e, sim, seu meio para chegar até ele. Por isso, crie hipóteses, faça testes e tente aprender o máximo possível com o feedback dos clientes. Criar essas possibilidades e situações para avaliar a reação dos seus potenciais clientes te ajudará a criar um ciclo de melhorias muito eficaz.

6. Mude de direção ou coloque sua versão final no mercado

Feito todos os passos anteriores, você já consegue analisar os feedbacks dos clientes para tomar decisões importantes sobre o seu MVP. Esse é o momento de decidir se você alterará a abordagem da sua criação, ou se lançará o item no mercado.

Como trabalhar com os feedbacks dos clientes?

Como você viu, uma das etapas mais fundamentais da estratégia do MVP é a maximização do aprendizado a partir das hipóteses levantadas e a resposta dos clientes sobre cada uma delas.

É preciso criar uma organização lógica desse processo, ou seja, definir quais características do MVP serão testadas, qual grupo participará da avaliação e, por fim, como será feita a coleta dos feedbacks.

Pesquisas quantitativas, qualitativas ou entrevistas são algumas das opções possíveis, e cada uma delas será mais eficaz em cada avaliação e MVP. Entenda brevemente cada uma delas:

  • Quantitativa: coleta dados que podem ser traduzidos para números, para que assim possam ser analisados posteriormente;
  • Qualitativa: são coletadas informações mais subjetivas, como a opinião sobre um produto;
  • Entrevista: é uma coleta de dados subjetivos para a realização de pesquisas qualitativas posteriores.

Por exemplo, se a ideia é avaliar a percepção sobre o uso de um Software as a Service (SaaS), fazer conferências ou ligações regulares para apurar a opinião do cliente será mais eficaz do que um questionário quantitativo.

Mas, se a ideia é avaliar a opinião sobre o preço de um novo serviço, o momento da experiência é o ideal e pode ser apurado com uma pergunta objetiva sobre o valor proposto.

É possível identificar perfis de consumidores durante o teste de MVP?

Sim! Durante o processo de teste e coleta de feedbacks dos clientes, é possível identificar alguns perfis de consumidores. Vale ressaltar que à medida que as melhorias vão sendo incorporadas no modelo, a proporção entre elas também vai mudando. As mais comuns são:

  • O consumidor satisfeito, que vai se apaixonar pela proposta do MVP e não sugerir nenhuma mudança;
  • O consumidor indeciso, que gostaria de ver algumas melhorias no MVP e, por isso, contribuirá com novas hipóteses e sugestões de melhorias do produto;
  • O consumidor confuso, que não entenderá a solução oferecida no primeiro momento e, mesmo após ter suas funcionalidades explicadas, ainda ficará na dúvida se o item é válido para ele;
  • O consumidor que não se interessa, de forma alguma, pelo MVP do seu produto.

Um número baixo de consumidores satisfeitos não necessariamente indica que sua ideia é ruim; muitas vezes, o público-alvo escolhido não representa fielmente os consumidores do seu futuro produto.

Na prática, durante as melhorias no MVP, o esperado é que os números de consumidores indecisos, confusos e que não se interessam diminuam enquanto os satisfeitos aumentam. O mais importante, em todos os casos, é definir um público específico e, de fato, usar as respostas deles para a melhoria do produto.

Por que fazer um MVP é importante?

O MVP é um fator determinante na personalização do projeto para as necessidades do cliente e na avaliação do ROI, o retorno sobre o investimento. Ou seja, caso o item não tenha valor para o público-alvo, mesmo após as melhorias, o MVP indica que não é recomendado seguir com o investimento. Afinal, serão recursos financeiros gastos que podem não ser recuperados.

Quais são as vantagens de fazer um MVP?

Aplicar a estratégia do MVP pode ser muito benéfico para a empresa. Veja as principais vantagens:

  • Redução de riscos e custos;
  • Feedback dos clientes que ajudam a otimizar os produtos;
  • As empresas conseguem entrar no mercado e gerar receita mais rapidamente;
  • O aprendizado é rápido, ou seja, é possível entender o que funciona e o que não funciona no mercado de forma mais rápida;
  • MVPs bem-sucedidos atraem mais investidores para o negócio.

Para criar um MVP, inovar é essencial. Para isso, existem diversas abordagens que podem ser tomadas, entre elas, a inovação aberta e a fechada. Acesse e entenda a diferença entre as duas.

Exemplos de MVPs de sucesso

Diversas empresas que fazem parte do cotidiano de muitas pessoas já mostraram a importância dos MVPs ao contarem suas histórias. Selecionamos duas delas para que te inspire. Dê uma olhada:

– Dropbox

Entre esses casos de sucesso, podemos citar o Dropbox, uma solução que precisaria de muitos recursos financeiros e horas de desenvolvimento só para montar um MVP para teste entre os usuários.

Em vez disso, seu fundador, Drew Houston, criou um vídeo simples que explicava como o software iria funcionar. O resultado foi uma resposta de milhares de interessados questionando outras funcionalidades e demonstrando seu interesse pela ferramenta. Com esse feedback dos futuros usuários, o Dropbox nasceu ainda mais personalizado e seguindo as necessidades de seu público-alvo.

– Zappos

A história e estratégia do MVP do Zappos, e-commerce de calçados, é conhecida como “Flintstoning”, uma alusão ao desenho que se passava na Idade Pré-Histórica. No desenho, a parte externa do carro dirigido pelos personagens era igual a um veículo atual, mas, na verdade, era movimentado pelo próprio esforço dos passageiros.

E é isso que alguns modelos de MVP fazem, parecem bem estruturados, mas todas as suas funcionalidades rodam de maneira quase braçal até que façam sentido serem incorporadas no produto final. Foi o que o dono da Zappos, Nick Swinmurn, fez quando decidiu fotografar alguns de seus pares de calçados da loja física e anunciar na internet em uma época em que o e-commerce era pouco explorado.

A ideia era que o público teria resistência de comprar os produtos sem testar, mas, em vez disso, o MVP mostrou que ele deveria investir ainda mais no canal. O sucesso foi tão grande que mais tarde a Zappos foi vendida para a Amazon por US$1,2 bilhões.

Percebe como um processo bem mapeado e executado pode ser a diferença entre o fracasso e o sucesso de uma startup? Com um MVP é possível buscar resultados de forma mais eficiente, assim como fazer parte de uma comunidade de startups pode potencializar seus conhecimentos. Esperamos que tenha gostado do texto!

Aproveite e confira nosso conteúdo sobre as tecnologias emergentes. Continue acompanhando o blog do Distrito e até o próximo post!