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Carteiras Digitais e Meios de Pagamento: crescimento ou desacelaração na pandemia?

Carteiras Digitais e Meios de Pagamento: crescimento ou desacelaração na pandemia?

20 de outubro de 2020
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Artigo atualizado em 20 de outubro de 2020

Desde o início da pandemia, os pagamentos com carteiras digitais e P2P (pessoa a pessoa) aumentaram significamente. É o que afirma o estudo publicado pela Visa, que apontou que as e-wallets se tornaram o método preferencial de 12% e 30% dos consumidores na América Latina e Caribe, nos últimos meses de 2020. 

Não é de hoje que as carteiras digitais, conhecidas também pelo termo e-wallets, têm chamado atenção do mercado, principalmente na América Latina. Diversas startups e grandes empresas têm apostado nessa tecnologia para expandir a área de atuação e atingir um público maior, que muitas vezes carece de uma alternativa mais inclusiva do que o sistema bancário tradicional.

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Por que as carteiras digitais estão na mira das startups?

As e-wallets têm se multiplicado cada vez mais no cenário nacional e internacional por serem aplicativos onde os usuários podem adicionar um saldo para fazer pagamentos on e offline apenas usando um gadget (smartphone, smartwatch, tablet, smartband). 

Esse saldo pode ser colocado em dinheiro (via depósito ou pagamento de boleto em agência) ou cadastrando cartões no app. O fato é que os smartphones já se tornaram tão indispensáveis, e possuem funcionalidades tão mais inteligentes e seguras do que os cartões, que já podem não só substituir dinheiro e cartões como também incrementar e melhorar a experiência de compra.

Panorama das e-wallets na América Latina, Brasil e no mundo

O crescimento das carteiras digitais se reflete não só na América Latina ou no Brasil, mas também no mundo – e de forma muito mais agressiva se comparado ao mercado latino-americano. De acordo com estudo da Bain & Company, divulgado em novembro de 2019, as e-wallets devem chegar a 28% do total de pagamentos no mundo, em 2022, realizados em pontos de venda e 47% dos feitos em e-commerce.

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Gráfico retirado do estudo Inside Fintech, produzido e publicado pelo Distrito.

Já a América Latina, se comparada ao redor do globo, possui uma representação menor com expectativa de participação das e-wallets de 9% em PDV e 18% em e-commerce em 2022. Isso demonstra também o alto potencial do mercado ainda não explorado tanto pelas empresas quanto pelas startups. É importante levar em conta também que a pesquisa foi realizada antes do cenário atual, de pandemia, que gerou digitalização da população e forte expansão das carteiras digitais.

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Gráfico retirado do estudo Inside Fintech, produzido e publicado pelo Distrito.

Para entender as perspectivas da América Latina no que se refere à expansão das e-wallets na região, um bom exemplo a se levar em conta é a China – claro, que é preciso também estar ciente das particularidades de cada região. O cenário chinês mudou drasticamente nos últimos anos, após a popularização dos aplicativos WeChat e Alipay. Essas empresas encontraram um contexto extremamente propício para um crescimento acelerado e forte aceitação da população local. 

Até o ano de 2015, o dinheiro em papel era o meio de pagamento mais usado, mas isso logo mudou. A partir desse ano, a tecnologia via smartphone tornou-se mais eficiente e passou a atrair mais usuários. Somado a isso, grande parte da população chinesa se caracterizava como desbancarizada, ou seja, aquele percentual de pessoas que não possui conta em banco, sem adesão ao cartão de crédito e débito (por esse motivo, o uso do dinheiro imperava no país). 

Por possuir regulamentação liberal no que tange a área financeira do país, isso permitiu a ascensão desses dois grandes players, Alipay e Wechat, fazendo com que eles se popularizassem até mais do que os próprios bancos.

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Gráfico retirado do estudo Inside Fintech, produzido e publicado pelo Distrito.

Gráfico retirado do estudo Inside Fintech, produzido e publicado pelo Distrito.

As semelhanças do atual cenário das carteiras digitais na América Latina, com o que aconteceu com a China, demonstram o que pode acontecer nos próximos anos na região com a ascensão de diversos aplicativos e soluções que visam a acessibilidade aos serviços financeiros. Na verdade, no Brasil, já está acontecendo um movimento em que as startups, cada vez mais, estão atacando dores e problemas que os grandes bancos e instituições financeiras antes não atendiam.

Como as startups e grandes empresas estão se posicionando

As startups, atualmente, são um dos principais players que estão fomentando essa corrida pelo posicionamento e liderança tanto em atividades similares as das e-wallets quanto por outros serviços, como é o caso da conta digital. 

Estima-se que já existam, somente no Brasil, mais de 600 carteiras digitais disponíveis para uso. No início,as e-wallets eram somente uma forma digital de armazenar informações de pagamento como, por exemplo, cartões de débito e crédito. Alguns dos exemplos mais conhecidos são empresas como PayPal, PicPay e os serviços oferecidos pelas gigantes Apple Pay, Samsung Pay e Google Pay.

O setor também está lidando com um movimento que está se intensificando cada vez mais: a entrada das carteiras digitais de companhias que não atuam, primariamente, no setor financeiro. Esse é o caso do já conhecido movimento que empresas como Mercado Pago, iFood, 99, B2W (Ame) e Magazine Luiza estão implementando atualmente.