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Conta Simples recebe aporte da Y Combinator

Conta Simples recebe aporte da Y Combinator

3 de agosto de 2020
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 3 de agosto de 2020

A fintech Conta Simples é a mais nova investida no Brasil da Y Combinator, uma das mais importantes aceleradoras do mundo e que investe em startups em estágio inicial. O empreendimento foi fundado em 2019, em São Paulo, e chamou a atenção dos investidores americanos ao criar um serviço de conta bancária digital voltado exclusivamente para pequenas e médias empresas (PMEs), um nicho ainda pouco explorado no Brasil.

O serviço funciona como uma conta de um banco para pessoa jurídica e permite que os usuários realizem transferências, saques, pagamentos, emissão de boleto e até permite uma melhor gestão do fluxo de caixa. Entretanto, o grande diferencial da startup, segundo Rodrigo Tognini (CEO e fundador da Conta Simples), é a possibilidade dos clientes emitirem cartões corporativos ilimitados para realizar compras com fornecedores ou outros tipos de pagamentos.

Outra vantagem, segundo ele, é a possibilidade de criar diferentes perfis de acesso, para que funcionários possam acessar os dados da conta digital quando for necessário. As tarifas para realizar transações tendem a ser menores do que às cobradas no mercado pelos bancos tradicionais.

Este é a segunda rodada de aporte recebido pela Conta Simples. Antes da aceleradora americana a empresa já havia recebido investimentos de investidores-anjo e também de investidores institucionais como o da FEA Angels e a DOMO Invest.

https://www.youtube.com/watch?v=onqBrnj0Zq8&feature=youtu.be

Entrevista exclusiva com Rodrigo Tognini, fundador da Conta Simples.

1. Como surgiu a ideia de fundar a Conta Simples? Qual dor ou oportunidade de mercado vocês enxergaram lá trás e que precisava ser resolvida?

A ideia surgiu a partir da experiência péssima e frustrada que tivemos com grandes na nossa antiga startup, sofremos com todos os problemas… atendimento, acesso a produtos, experiência de uso, burocracia. 

A oportunidade que a gente enxergou foi que muitos outras startups e PMEs estavam sofrendo com essas mesmas dores. Esse é um público que tem dores específicas, como conciliação bancária, gestão de pagamento, folha de pagamento, diferentes formas de recebíveis. Vimos que nenhum banco, tradicional ou digital, estava focando em resolver essas dores através da conta bancária.

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2. Qual é o modelo de negócios da Conta Simples? Como vocês são remunerados?

Hoje geramos receita através das tarifas de movimentação, como TEDs, emissão de boletos, saques, uso do cartão etc.

3. Vocês imaginam outras frentes de atuação no futuro?

Sim, estamos estudando alguns produtos de crédito para implementar já no próximo ano, além de integrações estratégicas.

4. Quais são os principais KPIs que vocês acompanham para a operação?

Número de crescimento de clientes, uso do nosso produto e cross sell de produtos. Além das duas principais custo de aquisição e receita por cliente.

5. Vocês receberam recentemente um aporte da YCombinator. Qual é a estratégia por trás dessa captação? Para onde os recursos deverão ser aplicados?

As estratégias da captação com o YCombinator são duas: aprender com eles, até por que lá já passaram Airbnb, Dropbox, Stripe, GitLab, Brex e muitas outras. Ou seja, eles sabem acelerar empresas e como torná-las gigantes. O segundo ponto é chamar a atenção de fundos internacionais para futuras rodadas da Conta Simples. 

Os recursos captadas serão aplicados em melhorias de produto e parte para crescimento da base de clientes.

6. Como tem sido a relação com o YCombinator? Quais são os principais benefícios que eles trazem para a companhia?

A relação tem sido muito boa, todos os sócios são extremamente solícitos e sempre pronto para ajudar, dar feedbacks duros quando as coisas não estão boas, além de trazer uma bagagem de mais de 15 anos investindo em milhares de startups. Os sócios como Michael Siebel, Dalton Cadwell, Aaron Harris são pessoas que todo founder gostaria de ter interação, e estamos tendo essa oportunidade.

7. Quais foram seus maiores erros e aprendizados como empreendedor?

Na minha antiga startup, acredito que o maior erro que cometemos foi focar em desenvolvimento de produto sem fazer nenhuma interação com potenciais usuários. Ficamos 4 meses desenvolvendo uma solução de pagamento, quando colocamos em produção foi um desastre, não deu tempo de se recuperar. Agora com a Conta Simples, não escrevemos nenhuma linha de código sem antes validar com clientes e potenciais usuários. Como o YCombinator fala.. “Make something people want”.

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Mercado de Venture Capital no Brasil

Nos primeiros meses de 2020 mais de US$ 669 milhões foram movimentados no mercado de Venture Capital no Brasil, o que representa um crescimento de 52% em comparação com o primeiro semestre de 2018, quando foram aportados US$ 440 milhões, mas 51% inferior aos primeiros seis meses de 2019, quando aproximadamente US$ 1.4 bilhões foram investidos.

Entretanto, é essencial destacarmos que justamente em junho de 2019, tivemos três aportes extraordinários realizados na Gympass, Creditas e Loggi, que somaram US$ 681 milhões. Foram investimentos enormes que, se desconsiderados, fazem com que o volume volume investido em 2019 e 2020 fiquem próximos.

Ao todo neste primeiro semestre de 2020 foram mapeadas 167 rodadas de financiamento nas startups, quantia 12% superior ao mesmo período do ano passado, quando 149 investimentos foram realizados. 

Nesse período, apenas uma startup alcançou o patamar de unicórnio no Brasil. Logo nos primeiros dias de janeiro tivemos a confirmação do recebimento de uma mega rodada de investimento recebida pela Loft, no valor de US$ 175 milhões. Confira aqui as startups mais cotadas para alcançarem esse valor, segundo o Distrito.