Como NFT e arte se relacionam?
Artigo atualizado em 7 de julho de 2022
NFT e arte: uma relação promissora?
É muito provável que você já tenha lido notícias sobre pessoas gastando quantias extravagantes em ilustrações de macacos estilosos na internet. Celebridades como Neymar, Justin Bieber e Snoop Dog são alguns dos que fizeram transações por volta dos milhões de dólares para ter posse da NFT do Bored Ape Yatch Club, uma empresa focada em NFT’s artísticas.
Mas afinal de contas, o que é uma NFT de arte?
De forma simplificada, a NFT de uma arte, seja ela ilustração, música ou qualquer outra expressão artística, é uma versão autenticada, verificada e original dessa obra. Da mesma maneira que colecionadores investem em adquirir peças originais (ou até mesmo rascunhos) de pintores consagrados, as pessoas poderão também ter as versões originais de obras digitais.
Há quem acredite que esse seja o futuro do mercado das artes digitais, e há quem entenda que isso não passa de uma tendência momentânea. Quer entender melhor sobre esse universo e tirar suas próprias conclusões? Leia este artigo até o final.
O que é NFT?
Ao pé da letra, NFT é a tradução do inglês para tokens não fungíveis. Token se refere a qualquer bem, podendo ser digital ou não, e fungível é uma qualidade de um objetivo que é passível de ser substituído por outra coisa de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor. Em outras palavras, o NFT age como um registro de autenticação que garante que aquele ativo possui uma identidade única e que não pode ser substituído.
É importante ter em mente que os NFT’s não surgiram com o objetivo de registrar arte, mas sim de autenticar qualquer ação ou movimentação financeira no blockchain. O NFT age de forma que seja possível registrar transações, guardar informações e documentações e garantir que aquele ativo não poderá ser copiado. Não é muito diferente de certidões e escrituras que temos hoje no mundo físico.
É por isso que a NFT pode ser usada também para representar bens físicos, como imóveis, por exemplo. Ações de uma empresa também podem ser representadas por tokens, e dessa maneira, qualquer atividade financeira da empresa receberá um token diferente que ficará registrado de forma permanente no blockchain, que age como um livro de contabilidade.
Quando uma transação de uma NFT é realizada, não significa que o bem agora está na posse do comprador, mas sim que o certificado de autenticidade agora passa a ser de quem realizou o investimento. Assim como o quadro Monalisa poderá ter inúmeras cópias, nenhuma nunca será como a original, e agora isso também poderá ser aplicado no mundo das artes digitais.
Qual o conflito entre NFT e artistas?
Olhando superficialmente, o uso de NFT por parte dos artistas parece ser muito vantajoso para aqueles que já fazem ilustrações ou outros tipos de artes digitais, por ser uma nova maneira de monetizar sua obra, uma vez que mesmo com a revenda e utilização da arte para outros fins, o artista original continua a receber seus royalties. O problema maior nesse cenário é a questão de direitos autorais.
Não é incomum encontrar em fóruns e debates uma reclamação recorrente, que é o uso indevido de obras que foram registradas como NFT sem a autorização dos autores originais. Esse é um conflito recorrente principalmente para artistas que fazem seu trabalho sob comissão, porém não é um caso exclusivo à eles.
A principal complicação nesses casos é que, como explicado, não é possível alterar ou remover dados do NFT quando ele é registrado no blockchain, ou seja, não é possível retificar o verdadeiro autor da obra. Isso implica que, além de pessoas estarem comercializando obras que não são suas, elas também estão realizando um registro histórico de modo fraudulento.
Outra questão que aflige a comunidade artística é se isso não é uma bolha especulativa que em breve irá estourar. A NFT só consegue ser realmente lucrativa quando há outras pessoas envolvidas e dispostas a investir dinheiro nessa área, e por isso se debate se esse não seria mais um caso de esquema de pirâmide. Enquanto alguns acreditam que a onda das NFT’s logo irá passar, outros estão propensos a destruir obras físicas que já foram tokeninizadas para forças a valorização financeira do NFT, como foi o caso de um rascunho original de Da Vinci que foi digitalizado e registrado no Blockchain.
E se por um lado artistas estão receosos em integrar NFT’s em seus portfólios, parte da população não está inclinada a reconhecer as artes tokenizadas como obras exclusivas. O motivo da recusa seria que, ao contrário de obras físicas, ilustrações e fotos podem ter cópias exatamente iguais às originais, uma vez que a natureza delas é formada por pixels em uma tela.
Onde encontrar e comprar artes em NFT?
Apesar de todas as questões problemáticas, o mercado de NFT’s está cada vez mais aquecido e receptivo para novos investidores, e novas plataformas de marketplace de artes tokenizadas estão surgindo a todo momento.
No entanto, antes de se cadastrar nessas plataformas, é necessário primeiramente obter criptomoedas, uma vez que as NFT’s não são comercializadas com moedas como dólar ou euro. A criptomoeda mais comum para esse tipo de transação é a ETH, mas isso pode variar dependendo da plataforma escolhida.
Uma vez que você já tem acesso à criptomoeda de sua preferência, você poderá entrar em marketplaces como OpenSea, Rarible, SuperRare, BakerySwap e NFTrend e selecionar qual obra você deseja investir.
E para quem quer disponibilizar suas artes no mercado de criptoativos, vale a pena checar sites como Inspireip.io e Vivi3.com . Algumas dessas plataformas não só colocam a obra no mercado, mas também ajudam o autor com questões como divulgação e campanhas de marketing para que o ativo ganhe mais evidência.