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O que é tokenização de ativos e por que é uma tendência

O que é tokenização de ativos e por que é uma tendência

6 de abril de 2022
7 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 6 de abril de 2022

Mais do que uma tendência no mercado financeiro, a tokenização de ativos é resultado da atual maturidade do ecossistema de inovação e dos desenvolvimentos das novas tecnologias. Isso porque seu fundamento se baseia numa série de fatores, tais como mentalidade de mercado voltado para colaboração e os avanços tecnológicos do que está se tornando a Web3, um sistema que descentraliza a informação e elimina intermediários de forma segura e transparente

Quer saber qual o impacto que essa tecnologia terá no nosso dia a dia e como as empresas podem se beneficiar da inovação? Neste artigo, falaremos sobre tokenização, NFTs, blockchain e tudo o que você precisa saber para entender a tokenização.

Tudo começou com o blockchain

O Blockchain foi criado em 1991 por Stuart Haber e W. Scott Stornetta, que trabalhavam na Xerox. A fim de evitar fraudes em artigos científicos, o projeto deles envolvia criar blocos de informações atrelados uns aos outros que não pudessem ser alterados sem ser percebidos por todos. 

Foi assim que ao longo do tempo o conceito da tecnologia foi evoluindo para se tornar o que é hoje: o blockchain é um serviço de registro distribuído no formato “peer-to-peer” (de pessoa para pessoa) que é seguro e usado para gravar transações monetárias em sua rede descentralizada de computadores. 

O conteúdo do registro só pode ser atualizado adicionando outro bloco vinculado ao bloco anterior. Ele também pode ser pensado como uma rede. 

Em 2008, nasceu a primeira criptomoeda, uma moeda em forma de token baseado em blockchain, o Bitcoin. Apesar de dividir opiniões, o Bitcoin abriu um mundo de possibilidades em relação às aplicações em blockchain, que vem tomando corpo nos dias de hoje. De lá para cá, outras criptomoedas surgiram e ganharam visibilidade no mercado e novas funções, como é o caso do Ethereum.

Leia mais – O que é e como funciona o blockchain: além das criptomoedas

NFT: tokens não fungíveis 

NFT é a sigla para o termo non-fungible token, ou token “não fungível”. Ser fungível significa ter a possibilidade de troca por algo da mesma espécie como, por exemplo, dinheiro. NFTs são tokens únicos, ou seja, são ativos originais, insubstituíveis, assim como uma obra de arte, como a obra da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. 

O sistema do blockchain garante a autenticidade e confiabilidade do token, validando sua unicidade para toda a rede. 

Hoje, já temos alguns exemplos de empresas que estão se engajando com NFTs, criptomoedas e cripto ativos alternativos. As aplicações vão desde fundos de reserva em criptoativos até a comercialização de tokens próprios. 

Leia também – Non-fungible tokens: NFTs podem se tornar sensação no Brasil em 2022

O que são tokens?

Um token é uma chave eletrônica, um pedaço de código que representa algum ativo. Quando falamos sobre tokens no blockchain, agregamos algumas características da tecnologia. As principais são: ser imutável, segura e transparente. Além disso, os tokens possuem a característica de serem descentralizados, seguindo as regras de seus smart contracts na rede.

O que é a tokenização de ativos

O significado de tokenização é a transformação de um ativo real em um ativo digital, fragmentado em unidades criptografadas (os tokens). As transações desses tokens ocorrem dentro de uma blockchain, que é uma rede computacional descentralizada de registro público e seguem algumas funcionalidades de comunicação e interação pré-programadas na sua origem. Esses tokens são criados de tal forma que podem ser subdivididos, negociados e armazenados em tecnologia de contabilidade descentralizada (DLT).

Entre os exemplos de ativos reais que podem ser tokenizados estão: imóveis; empreendimentos da economia real; obras de arte; metais preciosos; etc.

Já dentre os ativos intangíveis que podem ser tokenizados, podemos citar:  NFTs, ações de empresas, moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs), patentes, propriedades intelectuais, royalties, entre outras possibilidades.

A origem dos ativos tokenizados

Esses ativos são tokens de segurança, criados através de uma oferta inicial de moedas, ou ICO, que também pode ser chamada de oferta de token de segurança (em inglês, STO) para distingui-la de outros tipos de token, como tokens de patrimônio, de utilidade, ou tokens de pagamento. 

Desta forma, um ativo tokenizado nada mais é do que um ativo particionado juridicamente de maneira digital registrado em rede blockchain, que garante a segurança de todas as transações. É essa tecnologia que permite a troca de informações de forma descentralizada, na qual todos os participantes da rede garantem a veracidade dos termos e das condições de uma transação.

Ao possibilitar a transformação de qualquer ativo físico em digital, o mercado financeiro caminha para uma direção de ‘democratização’ do investimento em ativos que, até pouco tempo atrás, seria inacessível. Como o acesso a participação numa empresa, um título de dívida, o direito sobre atletas, projetos imobiliários, obras de arte, recebíveis e muito mais.

Para entendermos o funcionamento e a segurança da tokenização de ativos, basta nos atentarmos para o conjunto de leis que, para serem aplicadas, dependem de interpretação humana. Em contrapartida, quando traduzimos um código para blockchain – a rede que regulamenta as transações dos tokens – é ele quem faz a operação de forma inquestionável, com base em uma regra pré-estabelecida em uma espécie de ‘rede de consenso’.

Como as empresas podem se beneficiar da tokenização de ativos

Os tokens que representam ativos são uma forma clara de registrar informações em cadeias de propriedade, desde a sua produção ou criação até o consumo. A tokenização de ativos é composta por transações instantâneas, que têm o potencial de melhorar a eficiência e expandir o mercado acessível de bens e ativos.

Ainda, cada token é o mesmo e se traduz em fungibilidade. Dessa forma, cada ação de uma empresa, por exemplo, tem o mesmo valor e as mesmas características, possibilitando o aumento de eficiência de diversos mercados em uma variedade de classes de ativos.

Alguns benefícios da tokenização são:

Redução dos custos: uma vez que muitos processos são automatizados e a manutenção é feita de modo transparente, é gerada uma economia de 90% na emissão de títulos, segundo pesquisa do HSBC, e redução do custo de captação de recursos em 40% em comparação às alternativas privadas, segundo pesquisa levantada pela empresa Entoro.

Maior transparência e conformidade com órgãos regulatórios: Por sua própria natureza,o blockchain é transparente e imutável. A visibilidade das movimentações e do histórico por todos, com o devido acesso ao blockchain, promove a redução dos riscos, uma vez que é possível gerenciar e programar requisitos complexos de conformidade diretamente no token.

Posicionando marcas com NFTs: Recentemente, diversas marcas, como Nike, Gucci e Ferrari buscaram se posicionar nesse mercado, pensando em aproveitar a oportunidade de se conectar aos consumidores através dos meios digitais.

A estratégia que algumas empresas têm tomado é no sentido de realizar campanhas, com o acesso limitado a alguma coleção, ou item NFT. Ao fazerem isso, as marcas ganham uma relevância ainda maior em relação a percepção do consumidor, tendo a imagem de uma empresa moderna e atual, principalmente entre as gerações mais novas e com maior adesão aos meios digitais. 

No Brasil, existem cases de times de futebol que estão aproveitando o engajamento de sua torcida para vender tokens que garantem uma participação na rentabilidade futura dos jogadores que estão sendo formados no clube, ou mesmo comercializando seus fãs tokens,gerando uma nova fonte de receita para os clubes.


Distrito Fintech Relatório 2022