Pular para o conteúdo
VoltarVoltar
Inovação incremental, radical e disruptiva e suas diferenças

Inovação incremental, radical e disruptiva e suas diferenças

22 de setembro de 2022
12 minutos de leitura
time

Artigo atualizado em 22 de setembro de 2022

Os empreendedores estão sempre à procura de novas maneiras para alavancar a tecnologia existente ou criar um mercado de produtos ou de serviços totalmente inovador. Por isso, pode-se considerar que a inovação e a adaptabilidade são a força vital de toda espécie de negócios de sucesso.

Quando se trata da inovação, ela pode ser caracterizada de três formas, com base no seu efeito ou impacto:inovação incremental, disruptiva e radical. Mas você sabe a diferença entre elas? É o que vamos explicar neste artigo. Acompanhe!

Confira os temas que vamos tratar a seguir:

  • O que é inovação?
  • Inovação incremental
  • Inovação radical
  • Inovação disruptiva
  • Porque Apple, Tesla e Uber não são disruptivos
  • Conclusão

 

O que é inovação?

Diversos são os motivos que estimulam empresas à inovação, dentre eles estão, por exemplo, a busca por eficiência na utilização dos recursos produtivos, a redução dos custos dos processos, a obtenção de espaço ou mesmo a garantia de sobrevivência no mercado competitivo.

Entretanto, a inovação não é um termo estanque, com uma definição cravada em pedra. O entendimento do que é inovação varia de acordo com os diferentes autores, mas existe um consenso de que um produto ou serviço inovador deve atender três princípios básicos:

  • Ser único no mercado;
  • Beneficiar o consumidor;
  • Gerar valor para os stakeholders.

Além disso, ela também pode ser dividida em três categorias principais:

Leia também: Inovação: o que é, como fazer e como alcançar os melhores resultados.

1. Inovação incremental

A inovação incremental consiste em uma série de pequenas melhorias ou atualizações feitas nos produtos, serviços, processos ou métodos existentes, sem gerar grandes impactos, necessariamente. Portanto, mudanças de baixo risco.

Em linhas gerais, são inovações sustentáveis ​​que ajudam as empresas a permanecer no jogo.

Joseph Schumpeter é o economista austríaco que criou o conceito. Ele explica em seu livro Business Cycles (1939), que se trata de um progresso em cima de algo que já existe.

Vantagens da inovação incremental

As mudanças implementadas por meio da inovação incremental são, geralmente, focadas em:

Melhoria da eficiência de um produto ou serviço que já existe;

  • Produtividade;
  • Diferenciação competitiva;
  • Geração de riscos menores.

Muitas empresas, inclusive, utilizam inovações incrementais para ajudar a manter ou melhorar a posição de mercado de um produto.

Tanto é que ela se tornou uma tática bastante comum no setor da indústria de tecnologia de consumo. Afinal, as empresas buscam melhorar regularmente os dispositivos pessoais com recursos mais “amigáveis” ​​ao cliente.

Coca-Cola: exemplo de inovação incremental

Exemplos de inovações incrementais podem ser observadas com facilidade em nosso dia a dia. Um exemplo é a Coca-Cola.

A empresa ampliou sua linha de bebidas ao introduzir sabores à base de limão, cereja e até uma bebida chamada Coca-Cola Life, que permitiu que a marca permanecesse relevante ao longo dos anos.

Por ser mais barata, menos arriscada e complexa, a inovação incremental é mais comum. Apesar disso, as empresas frequentemente utilizam, de forma simultânea, outras estratégias de inovação.

2. Inovação radical

A inovação radical, por sua vez, diz respeito a um processo complexo, e não um evento discreto.

Trata-se, na realidade, de um processo cuja finalidade engloba drásticas e consideráveis mudanças.

Podemos defini-la de várias maneiras, mas provavelmente a melhor delas é com base na “estratégia do oceano azul”, como os professores Kim e Mauborgne defendem.

A estratégia propõe uma abordagem diferente para o crescimento de um negócio: em vez de a empresa lutar por uma fatia de mercado, ela explora novos mercados. Isso exige um investimento significativo tanto de tempo quanto de recursos.

Assim, o oceano azul representa um novo mercado, uma oportunidade que outras empresas ainda não enxergaram.

E a expressão “mar vermelho” é usada para definir mercados saturados, com players grandes e muita concorrência.

Ou seja, um lugar cheio de tubarões (grandes empresas e bem posicionadas) esperando abocanhar quem estiver pela frente (novos negócios).

Vantagens da inovação radical

As mudanças ocorridas nos processos de inovação radical são, na verdade, transformações que geram uma série de benefícios:

  • Exploração de novos prismas de um produto ou serviço;
  • Mudança de cenário por meio de lançamentos de produtos ou serviços;
  • Captação de um novo público-alvo;
  • Reposicionamento da empresa no mercado

Diferenças entre inovação incremental e radical

Enquanto a inovação incremental volta os seus olhos para mudanças mais simples e contidas, a inovação radical foca no impacto de longo prazo

Vem de Harvard, a distinção mais precisa entre ambas. Nesse sentido, a inovação incremental pode manter as empresas competitivas no curto prazo, mas apenas a inovação radical pode mudar o jogo, liderando o caminho para o crescimento a longo prazo.

E é essa a vantagem que pode representar a chance de dominar um mercado inteiro, pelo menos durante as primeiras etapas, estabelecendo as regras.

Um exemplo de inovação radical vem da Salesforce. Seu sistema de CRM aproveita não apenas uma nova plataforma de tecnologia na forma de computação em nuvem, mas também um novo modelo de negócios.

Quando a empresa foi lançada em 1999, seu modelo de negócios de venda, SaaS (software como serviço) era verdadeiramente inovador.

3. Inovação disruptiva

A teoria da inovação disruptiva foi criada há mais de 30 anos por Clayton Christensen, professor de Administração na Hard Business. Esse conceito transformou o mundo dos negócios.

Trata-se de um processo em que uma tecnologia, produto ou serviço é transformado ou substituído por uma solução inovadora superior.

Para os clientes, isso significa ser mais acessível, simples ou conveniente. A inovação disruptiva não cria produtos e serviços mais caros. Pelo contrário, cria soluções mais baratas e atende um público que as empresas tradicionais haviam deixado de fora.

O impacto dessa inovação é grande o suficiente para gerar uma mudança no comportamento de consumo do público em geral. E a solução anterior se torna obsoleta e pode até desaparecer.

É assim que uma empresa pequena e nova, como uma startup, consegue bater uma gigante da indústria em seu próprio território.

Vantagens da inovação disruptiva

A medida mais extrema e arriscada dos três tipos de inovação, a disruptiva gera uma transfiguração completa, cujos benefícios podem ser sentidos em:

  • Alto índice de ganhos e lucros;
  • Criação de novos produtos ou serviços;
  • Possibilidade de ser a líder do seu segmento.

Spotify: exemplo de inovação disruptiva

As empresas grandes costumam focar em inovação sustentável, atualizando produtos e serviços existentes para atrair clientes de alto poder aquisitivo.

Com isso, passam a ignorar os clientes regulares, que querem apenas soluções simples e de baixo custo. É aqui que uma empresa disruptiva entra.

Um exemplo clássico de inovação disruptiva é o Spotify. Os CDs eram caros e vinham com apenas algumas músicas, enquanto a demanda das pessoas por música era muito grande.

Prova disso é que muita gente praticava a pirataria, baixando arquivos ilegais sem o menor constrangimento.

A empresa encontrou um meio de atender a essa demanda, oferecendo modelo de SaaS, em que o consumidor paga pelo uso da plataforma e não pela música em si.

Isso praticamente acabou com o mercado de CDs, na medida em que trouxe uma solução melhor, mais acessível e com mais comodidade para o consumidor.

Inovações disruptivas focam em baixo custo ou em novos mercados

Como dito anteriormente, a inovação disruptiva torna os produtos e serviços mais acessíveis e disponíveis para um maior número de pessoas.

Isso só é possível porque ela atua em dois tipos de mercados que os grandes, já estabelecidos, negligenciam.

Enquanto os operadores tradicionais tentam oferecer produtos e serviços cada vez melhores aos seus clientes mais lucrativos e exigentes, os clientes menos rigorosos e lucrativos são ignorados.

É aqui que os disruptores entram, criando um mercado que antes não existia. Ou seja, eles encontram uma maneira de transformar não-consumidores em consumidores.

A inovação disruptiva tem o potencial de servir como uma força significativamente positiva em todos os setores e áreas da sociedade. Alguns exemplos de inovações disruptivas são os computadores pessoais, forno de microondas, a fotografia digital, tecnologia de armazenamento em nuvem e serviços de streaming.

Segundo Christensen, não é tanto a tecnologia em si que é disruptiva, mas, sim, a própria inovação e como a tecnologia é usada no contexto dos negócios.

Disrupção é um processo!

O termo inovação disruptiva se refere à evolução de um produto ou serviço ao longo do tempo e não a um determinado ponto fixo.

Os primeiros microcomputadores eram disruptivos não apenas porque eram uma inovação de baixo custo, nem porque foram, mais tarde, considerados superiores aos mainframes (computadores de grande porte) em muitos mercados.

Eles foram disruptivos em virtude do caminho que percorreram, da periferia (a extremidade inferior do mercado ou um novo mercado) para o mainstream.

A maioria das inovações — disruptivas ou não — começa como um experimento de pequena escala. Os disruptores tendem a se concentrar em obter o modelo de negócios e não apenas o produto.

Quando são bem-sucedidos, seu movimento da periferia para o mainstream desestabiliza primeiro a participação de mercado de empresas dominadoras e, em seguida, sua lucratividade.

O exemplo da Netflix

Por exemplo, quando a Netflix foi lançada em 1998, seu serviço inicial não era atraente para a maioria dos clientes que alugavam filmes.

A Netflix tinha uma interface exclusivamente online e um grande estoque de filmes, na qual você poderia se inscrever e ter acesso a DVDs ilimitados que seriam enviados para sua casa, mas a entrega pelo correio dos EUA significava que as seleções levavam vários dias para chegar.

O serviço atraiu apenas alguns grupos. Ou seja, fãs de cinema que não se importavam com novos lançamentos, usuários pioneiros de aparelhos de DVD e compradores online.

Você percebe que se a Netflix não tivesse, eventualmente, evoluído seu modelo de negócios e começado a atender um segmento mais amplo do mercado, não teria se tornado global e retirado de cena a Blockbuster, sua principal concorrente?

Em resumo…

A inovação disruptiva é um processo no qual novos participantes desafiam empresas estabelecidas, lidando com tecnologias ou novos modelos de negócio que promovem uma disrupção em um mercado já existente.

A inovação radical, por outro lado, deriva da criação de novos conhecimentos e, dessa forma, da comercialização de ideias ou produtos completamente novos. Ela envolve um avanço tecnológico que transforma a indústria e frequentemente cria novos mercados.

Por fim, a inovação incremental promove melhorias contínuas e graduais em produtos e serviços factuais.

Porque Apple, Tesla e Uber não são disruptivos

Frequentemente ouvimos as pessoas falarem sobre como essas três gigantes foram disruptoras em seus respectivos mercados. Mas isso é a prova que os principais conceitos da teoria da inovação disruptiva são mal compreendidos e mal aplicados.

Colocando da forma mais simples possível, há três condições necessárias que resumem o cenário de disrupção:

  • Uma startup pequena substituindo os grandes com um novo modelo de negócios;
  • Uma nova classe de clientes low-end que são atendidos por empresas já estabelecidas ou não atendidos;
  • Um acelerador tecnológico que fornece uma vantagem que a startup pode usar para alavancar no mercado. No momento em que os grandes percebem que estão em perigo, já é tarde demais.

Sendo assim, eles não se encaixam na teoria. A Apple não foi uma startup que visava resolver um problema de mercado quando lançou o iPhone. A Tesla era uma startup, mas entrou no negócio de carros de ponta. Já o mercado da Uber não era novo nem amplamente difundido.

Você pode estar se perguntando que diferença faz quais termos são usados. A equipe de Christensen argumenta que isso importa, sim.

Conclusão

Agora que você sabe diferenciar os diferentes tipos de inovação, precisa saber que para liderar no mercado de inovação empresarial, é preciso encarar os desafios da perspectiva correta.

A tecnologia disruptiva pode ser uma facilitadora da inovação. No entanto, é preciso incorporá-la a um modelo de negócios viável para ser bem-sucedida.

É por esse motivo que a liderança de uma organização deve desenvolver uma estratégia clara. Dessa forma, é possível estimular a criatividade e a inovação e, ao mesmo tempo, seus objetivos de negócio. Ganhe vantagem competitiva e eficiência com tecnologia e inovação com o Distrito, confira nossas soluções! Já somamos mais de 70 projetos executados para empresas líderes em seus mercados!