Inovação radical: tudo o que você precisa saber
Artigo atualizado em 31 de maio de 2022
A inovação radical é sobre realizar mudanças profundas de público alvo, modelo de negócios e, principalmente, o mercado.
Aplicar a inovação aberta é uma tarefa que muitas empresas buscam adotar. Independentemente do setor ou área de atuação, a inovação deve vir de maneira estruturada para que ela aconteça de forma bem-sucedida. Mas dependendo da abordagem que a empresa possa adotar, essa adaptação pode acontecer de forma gradativa ou disruptiva.
Ao longo do tempo novos métodos para implementa a inovação foram se desenvolvendo, mas as três mais utilizadas são a inovação radical, inovação incremental e inovação disruptiva.
Nesse post, vamos compartilhar tudo o que sabemos sobre a inovação radical para que você escolha qual o melhor caminho seguir para implementar a sua jornada de inovação.
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O que é inovação radical
Apesar da popularização da inovação ter chegado mundo recentemente ao mercado, o economista Joseph Schumpeter criou o primeiro conceito de inovação radical em 1939.
Como o próprio nome diz, essa abordagem à inovação é radical e drástica, consistindo em buscar oferecer produtos e serviços que atualmente não são disponibilizados pela empresa. Isso significa mudar o público alvo, modelo de negócios e, principalmente, o mercado.
Para efeitos de ilustração, Kim e Mauborgne criaram o conceito de oceano azul. Nessa abstração, o objetivo que a empresa deve focar é no oceano azul, ou seja, no mercado ainda não explorado e sem grandes concorrentes para superar. Consequentemente, o cenário a ser evitado é o mar vermelho, que significaria mercados saturados, com players grandes e muita concorrência.
Principais características da inovação radical
A inovação radical é caracterizada principalmente por ser uma manobra de alto risco e pioneirismo. Além dessas qualidades, ela também se define por:
- Alto investimento e impacto;
- Adoção integral e longeva;
- Possibilita atualização e upgrade do produto/serviço;
- Possibilita a expansão de atuação da empresa.
Como visto, a inovação radical é uma abordagem que exige um alto investimento financeiro inicial, além de um planejamento e plano de ações muito detalhado e completo. Por isso, o indicado é que antes de tentar adotar a inovação radical, os executivos e tomadores de decisão da empresa façam uma pesquisa extensa e minuciosa sobre o novo mercado e público-alvo que eles desejam atingir, além de pôr o produto desenvolvido exaustivamente sob teste de qualidade e eficiência.
Inovação radical versus inovação incremental
Se por um lado a inovação radical desenvolve um novo produto ainda não explorado pelo mercado, a inovação incremental tem como objetivo otimizar o que já é oferecido. Essa tática pode não parecer tão inovadora, porém, quando aplicada da maneira correta, pode trazer consequências como maior satisfação do cliente, maior margem de lucro e otimização dos processos da empresa.
Vale ressaltar que optar pela inovação incremental não significa que não haverá o desenvolvimento de novos produtos. Por vezes, um novo feature ou atualização se torna tão popular que acaba se tornando tão grande, ou até mesmo maior que o produto original.
Um exemplo clássico desse tipo de inovação é o Messenger, do Facebook. Criado originalmente para facilitar a comunicação em tempo real dos usuários da rede social, a extensão do Facebook se tornou tão popular que anos depois acabou recebendo um próprio aplicativo, que serviu também para unificar mensagens de outros aplicativos do grupo Meta. Em alguns lugares do mundo, o Messenger do Facebook é a forma de troca de mensagens mais popular entre os jovens, superando até mesmo o WhatsApp.
Inovação radical versus inovação disruptiva
Quando a inovação radical chega a patamares tão elevados que culminam em mudanças de paradigmas e hábitos da população, ela passa então a ser chamada de disruptiva.
Em outras palavras, a inovação disruptiva é aquela que traz um produto ou serviço tão eficiente e popular que como consequência, que torna seus concorrentes ou versões anteriores obsoletos.
Um exemplo clássico desse modelo é a Netflix, que por oferecer uma solução digital, barata e eficiente de expor filmes e outros produtos audiovisuais, acabou por exterminar redes de locação de filmes e causou grandes prejuízos a redes de televisão por assinatura. Por mais que atualmente a empresa já tenha grandes concorrentes, ela foi a pioneira e serviu de modelo para outros serviços de streaming audiovisual que vieram depois.
Por isso, pode-se concluir que toda inovação disruptiva é radical, justamente por propor uma solução nunca antes vista. No entanto, nem toda inovação radical é disruptiva, uma vez que apenas algumas delas são fortes o suficiente para provocar uma mudança drástica no mercado.
Quando fazer inovação radical
Essa é uma pergunta que não há uma resposta exata, tudo vai depender do contexto e cenário da sua empresa. Essa conclusão só poderá ser feita após alguns estudos, como análise de mercado, perfil de consumidor, atuação da concorrência e processos da sua própria empresa. Com essas análises em mãos, é possível entender se a empresa está estagnada ou não, e principalmente se ela tem capacidade de explorar novos mercados e desenvolver um novo produto.
O essencial nessa decisão é entender se há uma real necessidade de reinventar a empresa, ou se a otimização da solução que você já oferece não é o suficiente. Lembre-se de que a inovação radical envolve um alto investimento de tempo e dinheiro, e se esses são recursos que você não tem disponível, talvez esse não seja o momento de fazer uma transformação brusca na sua empresa.
Como fazer inovação radical
O primeiro passo é, obviamente, muita pesquisa. De forma geral, o objetivo da pesquisa deve ser encontrar problemas que ainda não são tão gritantes, ou que as soluções não foram exploradas pelo mercado, por qualquer seja o motivo. Essa pode parecer uma tarefa impossível, mas observar o comportamento da população e acompanhar tendências tecnológicas ajuda a prever o que acontecerá no futuro breve, e como se preparar para ele.
Outro ponto de partida que pode gerar bons resultados é procurar qual mercado ainda é negligenciado pelas grandes empresas. Sempre haverá novos círculos sociais ou grupos de pessoas que, seja pelo poder aquisitivo, ou seja pela complexidade social, ainda não foram agraciados com produtos feitos sob medida. O que é importante ter em mente no caso dessa abordagem é perceber se esse público-alvo é limitado demais para gerar lucro à empresa, ou se em breve ele será extinto.
Exemplos de inovação radical
AirBnb
Procurar hospedagem à longa distância sempre foi uma atividade dominada pelo setor de hotelaria, e ficava restrito à redes de hotéis, albergues e hostels. O AirBnb chegou para mudar esse cenário, permitindo que proprietários de imóveis também pudessem por à disposição suas casas e apartamentos em aluguel por curtas temporadas. Atualmente, não há outra plataforma que ofereça um serviço semelhante ao AirBnb, que segue como magnânimo na sua área.
Globoplay
Oferecer serviços de streaming para filmes e séries já não era uma novidade quando a Globoplay foi lançada. No entanto, ela foi a primeira a pôr em seu catálogo obras exclusivas da televisão aberta, e de forma gratuita. Atualmente, qualquer pessoa pode ter acesso a programação dos canais abertos da rede Globo sem necessitar de um aparelho de televisão. Além disso, a Globoplay oferece também planos que incluem seus canais de tv fechados, obras exclusivas para assinantes e até mesmo parcerias com outras redes de streaming.
Como equilibrar o investimento em inovação
Trocar o certo pelo duvidoso é sempre uma manobra que deve ser evitada. Por isso, uma das regras desenvolvidas para não acabar pondo em risco o quadro financeiro da empresa é saber distribuir o orçamento para o que já está dando certo, o que a empresa vai experimentar, e o que a empresa precisa melhorar.
Um bom exemplo a se seguir é o modelo da Alphabet, que investe 70% do orçamento nos seus produtos core, como Gmail e Google, 20% em produtos que já estão implementados e mostrando resultados, e 10% em experimentações.
Dessa forma, mesmo que haja falha ou a má execução de um projeto, ele não significará a falência da empresa.
Conclusão
Inovar por si só já é uma ação que demanda investimento financeiro e temporal, no entanto, há diversas maneiras de abordar a inovação de acordo com a cultura e momento da empresa.
Apostar no investimento incremental não é menos inovador que a modalidade radical, por isso não há a necessidade de implementar imediatamente mudanças de modelos de negócios e público-alvo. O objetivo, seja qual for o método adotado, é oferecer um melhor produto para o cliente e tornar a empresa mais tecnológica e lucrativa.